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"Portugal transformou-se no refúgio dos capitais ilícitos angolanos"

14 mai, 2013

Para Abel Chivukuvuku, há uma sobrevalorização das relações económicas entre Portugal e Angola. 

Há a percepção de que Portugal tornou-se num refúgio para os capitais ilícitos angolanos, afirma o presidente da Casa CE - Coligação Ampla de Salvação de Angola, o actual terceiro partido político naquele país africano.

“Infelizmente, vai ficando a percepção que Portugal hoje transformou-se no espaço para refúgio dos capitais ilícitos angolanos, sobretudo capitais ilícitos provenientes dos mais próximos do Presidente da República”, diz Abel Chivukuvuku em entrevista à Renascença.

Além de criticar a entrada de capitais angolanos ilícitos em Portugal, afirma que os investimentos de Angola representam uma tentativa de condicionamento da política externa portuguesa.

Na opinião do presidente da Casa CE, há uma sobrevalorização das relações económicas entre Portugal e Angola.

“Nos últimos anos tem havido uma excessiva sobrevalorização da dimensão económica da relação entre Portugal e Angola. Consideramos que é muito importante a relação económica, mas tem havido uma sobrevalorização, porque há outros domínios que também pode contribuir para a consolidação da relação entre Portugal e Angola e esperamos que haja uma certa viragem no sentido de uma relação mais amadurecida, que tenha capacidade de subtrair os factores propiciadores da tensão que tem existido em alguns momentos.”

Estas declarações foram registadas no final da visita que o líder da Casa CE realizou a Lisboa, no âmbito de um périplo que vai incluir a França, Reino Unido e Estados Unidos. Abel Chivukuvuku esclarece que a visita incluiu contactos com partidos e com o Governo de Portugal.

A coligação Casa CE elegeu oito deputados nas eleições gerais realizadas no ano passado. Abel Chivukuvuku é um deles, mas vai abandonar o cargo, para se dedicar à luta partidária. O próximo desafio são as eleições autárquicas, que devem ser marcadas para o próximo ano.