Rebeldes utilizaram armas químicas contra regime na Síria

Os rebeldes que lutam contra o regime na Síria têm usado gás sarin, uma substância proibida e que entra na categoria das armas químicas.

A investigação da Comissão de Inquérito das Nações Unidas para a Síria, Carla del Ponte, confirmou a notícia numa entrevista a uma rádio Suíça.

“De acordo com os testemunhos que conseguimos recolher, os rebeldes têm usado armas químicas, recorrendo a gás sarin. Ainda precisamos de aprofundar a investigação, verificar e confirmar os dados, através de novos testemunhos, mas de acordo com o que estabelecemos até agora, neste momento são os rebeldes que estão a usar gás sarin”, afirmou.

As suspeitas de uso de armas químicas já tinham sido levantadas por vários países, sobretudo nas últimas semanas, confirmadas com análises ao solo e a descoberta de vítimas com sinais de terem morrido intoxicadas, mas desconfiava-se sobretudo do regime, que sempre negou ter recorrido a estas armas.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tinha afirmado que a confirmação da utilização de armas químicas na guerra civil da Síria seria um factor decisivo para justificar uma participação mais activa do seu país nesta guerra, embora tenha dito a semana passada que não conseguia imaginar um cenário em que tropas americanas fossem empregues no terreno, deixando em aberto a possibilidade de um reforço do apoio logístico e militar aos rebeldes.

Resta agora saber como os americanos e outros países da comunidade internacional, que têm apoiado os rebeldes, reagirão perante esta notícia agora confirmada pelas Nações Unidas de que é a oposição e não o regime que está em contravenção das convenções que proíbem o uso de armas químicas.

Longe de ser um bloco homogéneo, os rebeldes na Síria são um aglomerado de milícias e forças militares e paramilitares, de diferentes tendências e apoiados por diferentes grupos e países, que lutam por um objectivo comum. Entre eles incluem-se muitos grupos que são assumidamente islamitas e aliados da al-Qaeda.