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Boston

Três mortos e mais de 140 feridos após explosões durante maratona com atletas portugueses

15 abr, 2013

Polícia de Boston afirma que "engenhos poderosos" estiveram na origem dos rebentamentos. Segurança foi reforçada nos Estados Unidos.

Três mortos e mais de 140 feridos após explosões durante maratona com atletas portugueses
Número de feridos continua a ser actualizado. Polícia de Boston diz que se deve falar em "explosões" e não em "atentado" nesta altura.

Pelo menos três pessoas morreram e mais de 140 ficaram feridas na sequência de duas explosões registadas esta segunda-feira junto à linha de meta da maratona de Boston, nos Estados Unidos. A corrida contou com a participação de 16 portugueses. Houve uma terceira explosão junto a uma biblioteca, que não fez vítimas, e uma quarta, que foi controlada pela polícia.

O número de mortos e feridos foi actualizado numa conferência de imprensa que juntou o governador do estado do Massachusetts, Deval Patrick, o comissário da polícia de Boston, Ed Davis, e um responsável do FBI. O número de feridos foi aumentando durante a madrugada de terça-feira.

Um dos mortos é uma criança de oito anos, avança a estação de televisão CNN. De acordo com a Associated Press, há pelo menos 144 feridos, 17 dos quais em estado crítico e 25 em estado grave.

As explosões na maratona aconteceram pelas 14h50 locais (19h50 em Portugal), cerca de uma hora depois de os primeiros atletas terem terminado a prova. A Renascença conseguiu falar com Ana Dulce Félix, portuguesa que participou na corrida, que garante que está bem, tal como a sua equipa, formada pelo treinador e agente. A atleta, que foi das primeiras a concluir a maratona - terminou em nono -, já se encontrava no hotel, fora do local da meta, quando se verificaram as explosões.

Portugueses inscritos
na maratona de Boston

Ana Dulce Félix
Miguel Almeida
Sérgio Costa
Hugo Costeira
Rodrigo Costeira
John Martins
Sandra Maximiniano
Joaquim Meneses
Miguel Neto
Pedro Neto
Pedro Neto
Maria Pargana
Manuel Pietra
Ana Ribeiro
João Santos
Tiago Viana Machado

[dados do site oficial da maratona de Boston]

"O que realmente se passou lá fora nós concretamente ainda não sabemos. Sabemos que foram duas explosões, mas ao certo não sabemos o que se passou, porque nós estávamos a almoçar quando aconteceram as explosões. Ouvimos um estrondo, mas não demos muita importância", relata Ana Dulce Félix. Os atletas foram proibidos de sair do hotel onde estão instalados, por razões de segurança.

O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, confirmou à Renascença que, até ao momento, não há registo de qualquer vítima de nacionalidade portuguesa.

Polícia fala em "engenhos poderosos", Casa Branca em "terrorismo"
O comissário da polícia de Boston afirma que "engenhos poderosos" estiveram na origem das duas explosões junto à linha de meta da maratona. Ed Davis adiantou, em conferência de imprensa, que até ao momento não foi realizada qualquer detenção.

As autoridades avançam ainda que não receberam qualquer ameaça e sublinham que a segurança era elevada, devido ao facto de a maratona ser um grande acontecimento na cidade. Esta segunda-feira foi feriado em Boston.

A Casa Branca está a tratar as explosões desta segunda-feira em Boston como um "acto de terrorismo". "Qualquer evento com múltiplos engenhos explosivos, como parece ser o caso, é claramente um acto de terrorismo", disse fonte oficial da Casa Branca citada pela agência Reuters.

"No entanto, nós ainda não sabemos quem levou a cabo estes ataque e as investigações vão determinar se foi planeado e realizado por um grupo terrorista, estrangeiro ou nacional", adiantou a mesma fonte.

Numa declaração ao país pelas 23h10 (hora de Portugal continental), o presidente Barack Obama garantiu que os responsáveis pelas explosões desta segunda-feira vão ser apanhados. "Ainda não sabemos quem fez isto ou porquê e não podemos tirar conclusões precipitadas, mas vamos chegar ao fundo da questão. Vamos saber quem fez isto e porquê. Qualquer grupo sentirá o peso da justiça", afirmou Obama.

Segurança reforçada em várias cidades
As imagens divulgadas pelas televisões mostram o momento em que ocorreu a explosão junto à linha de meta. O rebentamento aconteceu no meio do público que assistia à prova, alguns atletas caíram e é também visível uma nuvem de fumo branco.

O presidente norte-americano telefonou ao presidente da câmara de Boston, Tom Menino, e ao governador do estado do Massachusetts, Deval Patrick. Barack Obama ofereceu ajuda federal em resposta às explosões registadas em Boston.

Em resultado deste incidente, a polícia já reforçou a segurança na zona de Boston, Washington, Nova Iorque e noutras cidades do país. O edifício do Pentágono, atacado no 11 de Setembro de 2001, também tomou medidas adicionais.

Em torno da Casa Branca foi estabelecido um cordão de segurança, para condicionar a entrada e saída de pessoas das imediações da residência oficial do presidente dos Estados Unidos.