Emissão Renascença | Ouvir Online

GNR e PSP dividem-se quanto às condições das novas carreiras de tiro

07 mar, 2013 • Celso Paiva Sol

No caso da GNR, um relatório interno de 2009 arrasou as condições das carreiras inauguradas há quatro anos e uma ficou mesmo ao abandono. Já a PSP não teve as mesmas reservas e garante que o perigo não é evidente.

Inauguradas há quatro anos com pompa pelo ex-Governo socialista, as sete novas carreiras de tiro das forças de segurança tinham afinal vários problemas de concepção e construção. A GNR recusou-se a usá-las enquanto não fossem corrigidas, mas a PSP, pelo contrário, nunca levantou reservas.

São sete carreiras, todas propriedade do Ministério da Administração Interna, construídas entre 2008 e 2009, umas de raiz, outras aproveitando infra-estruturas do Exército já existentes, mas todas de acordo com o mesmo projecto: as mesmas medidas, os mesmos materiais, as mesmas capacidades e até o mesmo preço, de 150 mil euros cada.

A GNR ficou a gerir quatro, as de Águeda, Macedo de Cavaleiros, Évora e Guarda, e a PSP as outras três, em Ponte de Lima, Castelo Branco e Portalegre.

Acontece que, no caso da GNR, um relatório interno de 2009 arrasou as condições das novas carreiras de tiro. Escreveram os especialistas que a existência de pneus na área de tiro potencia os ricochetes, o mesmo acontecendo com as pedras colocadas no espaldão pára-balas, que não existia protecção da parede frontal e que os espaços não eram totalmente estanques para os projécteis transviados.

Além disso, diz o relatório da comissão técnica da GNR, também faltava um sistema de escoamento de águas pluviais. Com estes dados, e na GNR, três carreiras só começaram a ser usadas quando o Ministério mandou fazer as obras necessárias. A de Évora, porque nunca teve obras, não chegou sequer a ser usada. Está até hoje encerrada e em avançado estado de abandono.

É de notar que a PSP não teve as mesmas reservas sobre as três carreiras que estão sob sua responsabilidade e não só sempre funcionaram, como têm cada vez mais trabalho. Além da certificação de tiro dos polícias, as carreiras são igualmente usadas para os cursos de formação técnica e cívica, obrigatórios para os civis que querem ter licença de uso e porte de arma.

Fonte da PSP garante que o perigo não é assim tão evidente e a prova é que nestes quatro anos não há notícia de qualquer acidente naqueles espaços.