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Povo sai à rua contra a austeridade

01 mar, 2013 • Celso Paiva Sol

Mais de 40 cidades vão ser palco do protesto inorgânico "Que se lixe a troika, o povo é quem mais ordena".

Povo sai à rua contra a austeridade
A expectativa é grande, não fosse a manifestação deste sábado organizada pelo movimento "Que se Lixe a Troika", o mesmo que organizou a manifestação de 15 de Setembro que juntou cerca de um milhão de portugueses na rua. O movimento organiza agora outro protesto, estes sábado, que vai juntar portugueses em mais de 30 cidades do país e também no estrangeiro, como em Paris, Londres, Barcelona e Boston.

Tudo indica que o protesto deste sábado venha a ser a terceira grande manifestação inorgânica em Portugal. A designação inorgânica está relacionada com o facto de ser apartidária, convocada por cidadãos anónimos e promovida nas redes sociais.

Organizada com o lema "Que se lixe a troika, o povo é quem mais ordena", a manifestação contra as medidas de austeridade vai decorrer em mais de 40 cidades portuguesas e no estrangeiro.

As duas anteriores surpreenderam pela adesão que tiveram e ficaram associadas a momentos marcantes da crise que afecta o país.

A primeira, a 12 de Março de 2011, denominada “Geração à Rasca”, terá juntado 300 mil pessoas em 11 cidades do país e aconteceu apenas 11 dias antes do PEC 4 ser chumbado no Parlamento e o primeiro-ministro José Sócrates pedir a demissão.

A segunda, a 15 de Setembro de 2012, já chamada “Que se lixe a troika, queremos a nossa vida”,  foi talvez a maior em Portugal desde o 25 de Abril. Falou-se em meio milhão de pessoas só em Lisboa e terá sido decisiva para travar as mudanças na taxa social única (TSU).

Os movimentos foram ficando, foram-se organizando, estão em quase todas as manifestações que actualmente se realizam em Portugal e apostaram, entretanto, em tentar repetir, a 2 de Março de 2013, aquilo que já conseguiram duas vezes.

"Que se lixe a troika" espera grande manifestação
Paula Gil, uma das organizadoras da manifestação, espera muito maior adesão do que em 15 de Setembro.

“Tendo em conta a situação em que o país se encontra neste momento, só pode sair mais gente do que a 15 de Setembro. Estamos a aguardar a transmissão das medidas da reforma do Estado, que não saíram esta semana provavelmente para não incentivar as pessoas a sair à rua no dia 2 de Março, mas as pessoas têm a consciência que vão cortar quatro mil milhões à saúde, à educação, ao Estado social.”

Paula Gil esclarece ainda que o dia 2 de Março foi o escolhido pelo movimento para esta manifestação, precisamente, para assinalar o primeiro trimestre de um 2013 cheio de dificuldades para as famílias.