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Pousadas de Juventude podem vir a ser "franchising"

08 fev, 2013

Estudo de viabilidade encomendado pelo Governo prevê um modelo de gestão global assente numa associação sem fins lucrativos, uma redução das unidades da rede nacional e o “franchising” das restantes.

O Governo apresenta esta sexta-feira os resultados do estudo encomendado sobre o novo modelo de gestão das Pousadas de Juventude, que admite a redução das unidades da rede nacional de 45 para 20, sendo as restantes "franchisadas".

O estudo de viabilidade da rede de Pousadas de Juventude realizado pela consultora Deloitte, com base em "pressupostos" do Instituto Português do Desporto e Juventude, prevê um modelo de gestão global assente na criação de uma Associação sem Fins Lucrativos (AsFL), entre cinco diferentes opções estudadas

"Neste modelo, a AsFL apenas irá investir em manutenção corrente nestes imóveis. As pousadas sem interesse estratégico para a rede, mas com potencial de negócio para a comunidade empresarial podem integrar a rede num modelo de franquia", lê-se no documento a divulgar hoje na Pousada de Almada.


Ocupação reduzida e obras motivam investimentos municipais
Em contexto de crise, vários municípios portugueses têm investido em pousadas de juventude ou ponderam fazê-lo, para ajudar a manter os alojamentos.

A Câmara de Torres Vedras (distrito de Lisboa) acordou com o Instituto Português do Desporto e da Juventude a abertura de uma unidade na praia de Santa Cruz no Verão.

A compra do imóvel (2,2 milhões de euros) e do imobiliário coube à autarquia, que vai também assumir os eventuais prejuízos que resultarem da exploração, enquanto a empresa pública Movijovem (gestora de 40 pousadas) fica responsável pela gestão do espaço.

O anúncio da nova pousada contrasta com o fecho de 12 unidades durante a época baixa, devido à reduzida ocupação: em Dezembro, a medida foi aplicada a nove, remetendo-se então para Janeiro o fecho temporário de outras três até 14 de Março.

A pousada de São Pedro do Sul (distrito de Viseu) – com 136 camas e situada junto às termas, onde existem duas mil camas em hotéis que não fecham nesta altura – foi, ao segundo dia do ano, uma delas.

O presidente da Câmara, António Carlos Figueiredo, disse à agência Lusa compreender a medida, porque "em época baixa não tinha movimento que justificasse estar aberta".

Também a pousada de Alcoutim, no Algarve, não pode ser visitada nos meses de Inverno, o que, segundo o presidente do município, Francisco Amaral, não tem acontecido noutros anos.

Todos os anos, a autarquia daquele que é um dos mais desertificados concelhos portugueses investe ali vários milhares de euros para que o espaço esteja sempre aberto: "Já era para ter fechado há alguns anos, mas houve um acordo com a autarquia e estamos a pagar 25 mil euros. Todos os anos compramos 25 mil euros de dormidas e de refeições, que acabamos por as ceder aos jovens desportistas de Alcoutim, para manter a pousada aberta".

Já a pousada algarvia da Arrifana mantém-se aberta, depois de um investimento da Câmara de Aljezur de cerca de 13 mil euros para evitar o fecho temporário