06 fev, 2013 • Ana Rodrigues
O Governo mexe no que está bem nas Forças Armadas e não faz o deve ser feito. A acusação parte do Almirante Melo Gomes, antigo Chefe de Estado-Maior da Armada ,numa altura de cortes e reformas polémicas para reduzir custos.
“Julgo que o actual poder político não conhece as Forças Armadas. Não conheço nenhum responsável político, ao nível do Executivo, que tenha cumprido o serviço militar, e eu acho que, para se decidir, é preciso conhecer. Não conhecendo, decidimos sobre cenários que não existem e, quando decidimos sobre cenários que não existem, normalmente, decidimos mal”, afirma Melo Gomes, em declarações à Renascença.
O almirante aponta como exemplo a proposta de directiva do ministro Aguiar Branco, que sugere a fusão das três academias militares numa única. Pior ainda, na perspectiva de Melo Gomes, é a ideia de fundir o Instituto Hidrográfico com o Instituto Geográfico do Exército.
Nestas declarações, Melo Gomes acusa ainda o Governo de pretender introduzir mudanças para satisfazer interesses a Norte: “Regionalizar as Forças Armadas, designadamente em relação aos desígnios que surgem nas latitudes mais a Norte, perto do Porto, não é uma boa solução”.
Admitindo que o tempo é de luta em defessa da soberania, o almirante Melo Gomes aconselha o Governo a ouvir os chefes militares antes de “cortar a torto e a direito” e acabar com as Forças Armadas.