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Diocese de Lamego está desertificada. “As crianças são poucas”

20 jan, 2013 • Liliana Carona

Diocese de Lamego celebra este domingo, dia 20, o padroeiro principal, São Sebastião, com uma celebração na Sé, que assinala também o primeiro ano de D. António Couto como prelado diocesano de Lamego.

Diocese de Lamego está desertificada. “As crianças são poucas”
Está a fazer um ano que D. António Couto foi recebido na Sé Catedral de Lamego com amendoeiras em flor. A sua chegada era esperada com ansiedade pelos populares. Passado um ano, Bispo de Lamego olha à sua volta e a desertificação salta à vista.

“Muitos velhinhos, gente idosa, uma diocese claramente desertificada, as crianças são poucas. Nota-se muito. A gente vai pelas aldeias e para encontrar uma criança é preciso fazer quilómetros e quilómetros e isto, de certa maneira, também nos faz doer a alma”, desabafa D. António Couto.

Mas apesar da desertificação, o coração do Douro não é pintado com cores cinzentas pelo Bispo da diocese de Lamego: “Vejo uma alegria muito intensa nos nossos leigos, gente pura, genuína, com espírito cristão. É talvez o melhor balanço que posso fazer deste primeiro ano nesta diocese.“

O Bispo de Lamengo tenta “estar com as pessoas, ver os seus anseios e também ir pedindo aos sacerdotes que não descurem, pelo contrário, aumentem de intensidade a sua presença junto destas pessoas”.

Apesar da crise que assola o país, na diocese de Lamego os seus efeitos vão-se sentindo, mas de uma forma indirecta. D. António Couto explica que “as pessoas continuam apegadas ao seu mundo, ao seu chão, á sua terra, e de lá vão tirando o seu sustento e às vezes conseguem ainda algum lucro, nomeadamente com o vinho, com o azeite, com as amêndoas e, digamos, que aqui não se sente tão directamente”.

A diocese de Lamego celebra, este domingo, dia 20, o padroeiro principal, São Sebastião, com uma celebração na Sé, que assinala também o primeiro ano de D. António Couto como prelado diocesano de Lamego.