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Passos diz que nunca aconselhou os portugueses a emigrar

17 jan, 2013 • Joana Carvalho Fernandes

Primeiro-ministro refere ainda que a emigração não deve acarretar qualquer estigma. "Não vejo que deva ser um estigma para uma pessoa que procura uma solução a necessidade de emigrar, mas evidentemente que estamos a trabalhar para que a situação que leva as pessoas a sair do país possa ficar ultrapassada."

Passos diz que nunca aconselhou os portugueses a emigrar
Passos Coelho diz que nunca sugeriu aos portugueses a via da emigração. Em Paris, onde esteve esta quinta-feira, o primeiro-ministro reconheceu que a actual situação económica tem levado muita gente a emigrar, mas sustentou que o objectivo do Governo é criar condições para que os portugueses possam viver e trabalhar no seu país.

"Ninguém aconselhou os portugueses a emigrar. A emigração, quando ocorre de forma mais massiva, expressa sempre uma situação de défice e de não solução interna na economia que o origina. Hoje vivemos em Portugal um tempo de recessão económica e muitos portugueses não encontram em Portugal as oportunidades de realização profissional e de emprego de que dependem para satisfazer as suas responsabilidades familiares. Essa é a razão pela qual muitas pessoas procuram outras soluções fora de Portugal", argumentou.

Passos Coelho disse ainda que a solução de emigrar não deve acarretar qualquer estigma. "Não vejo que deva ser um estigma para uma pessoa que procura uma solução a necessidade de emigrar. Devemos prestar todo o apoio possível, mas evidentemente que estamos a trabalhar para que a situação que leva as pessoas a sair do país possa ficar ultrapassada e o país possa oferecer as oportunidades necessárias, seja para aqueles que tiveram níveis de educação e formação mais avançados, seja para aqueles que, por alguma razão, pela idade ou porque ficaram sem emprego, precisam de uma oportunidade de realização profissional."

A polémica em torno das decalarações do chefe de Governo sobre a emigração data de Dezembro de 2011. Na altura, Pedro Passos Coelho concedeu uma entrevista ao jornal "Correio da Manhã" e, depois de questionado se aconselhava os professores desempregados a "saírem da sua zona de conforto" e "procurarem emprego noutro sítio", o primeiro-ministro disse o seguinte: "Em Angola e não só. O Brasil tem também uma grande necessidade ao nível do ensino básico e secundário".