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Processos de sobreendividamento subiram 91% em três anos

10 jan, 2013 • Fátima Casanova

Em 2012, o total da dívida dos consumidores que recorreram à Deco era de 350 milhões de euros. Maior parte dos casos deriva de situações de “desemprego, cortes salariais, não pagamento de horas extraordinárias ou até não pagamento atempado dos salários”, revela a associação à Renascença.

Processos de sobreendividamento subiram 91% em três anos
O número de pedidos de ajuda à Deco por sobreendividamento subiu, entre 2010 e 2012, 91%. A Renascença teve acesso ao boletim estatístico da associação de defesa do consumidor, segundo o qual, em média, as famílias que pedem ajuda têm dívidas na casa dos 70 mil euros.

“Em termos de prestação mensal, ronda os mil euros. E estamos a falar de famílias que têm, mensalmente, um rendimento superior aos mil euros”, afirma à Renascença a coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco, Natália Nunes.

No ano passado, a associação abriu 5.407 processos de famílias com condições para reestruturar as suas dívidas. No total, o valor em dívida dos consumidores era de 350 milhões de euros.

O desemprego aparece como a primeira causa para a aflição das famílias, combinado com outras razões que levam à diminuição dos rendimentos, como seja “cortes salariais, não pagamento de horas extraordinárias, não pagamento de comissões ou até não pagamento atempado dos salários”.

Para pôr um travão ao sobreendividamento, a Deco aconselha a que os encargos com o crédito não ultrapassem 40% do rendimento. A poupança, por seu lado, deveria representar cinco a seis vezes o rendimento mensal.