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Metro, Carris e CP "navegam" por Lisboa com novas regras

03 jan, 2013 • João Cunha

Utentes queixam-se de falta de informação. Desde terça-feira que existe um novo passe na capital, que implica mais custos para quem só utiliza o metro ou o autocarro. A partir de agora, só os dois em conjunto ou com a CP. Passes monomodais carregados, podem ser utilizados até ao final da validade.

Metro, Carris e CP "navegam" por Lisboa com novas regras

Os utentes dos transportes públicos de Lisboa contam, desde o dia 1, com novidades. Acabaram os passes próprios da Carris e do Metro e passou a existir o "Navegante", disponível em duas modalidades.

O "Navegante Urbano" dá para usar na Carris, no Metro e na CP, até aos limites da cidade, e custa 35 euros; o "Navegante Rede" permite utilizar os três operadores e, no metro, para lá dos limites da capital. Custa 40 euros. Na CP, abrange apenas os percursos Belém-Cais do Sodré, Benfica-Rossio, Benfica-Moscavide, Moscavide-Santa Apolónia e Alcântara Terra-Moscavide.

A grande novidade é que os utentes que até agora só utilizavam os autocarros da Carris ou o Metro ficam obrigados a comprar o "Navegante", que dá para os dois transportes.

Em alguns casos, a transição para o novo passe compensa. Noutros não.

Por exemplo, quem sai do Estoril (Cascais) para o Saldanha, no centro de Lisboa, pagava 47 euros mensais para ir de comboio até ao Cais do Sodré e mais 29 euros para ir de metro até ao Saldanha. Os dois passes totalizavam 76 euros.

Com o "Navegante", versão "urbano", o valor desce: são 40,70 euros para o percurso de comboio entre o Estoril e Belém, mais 35 pelo percurso, também de comboio, até ao Cais do Sodré e daí, de metro, até ao Saldanha (um total de 70,70 euros).

Mas há quem passe a pagar mais: quem entra, por exemplo, no metropolitano em Odivelas para ir até à Avenida da Liberdade, em Lisboa, pagava pouco mais de 30 euros mensais. Com o "Navegante", versão "rede", paga 40 euros.

Os passes monomodais que ainda estejam carregados podem ser utilizados até ao final da validade.

Mantêm-se ainda em vigor os "L", mas apenas a partir do "L1", válido em toda a rede da Carris, incluindo os prolongamentos suburbanos (sem travessia da Ponte 25 de Abril), na rede do Metro e na Transtejo, nas ligações fluviais entre Lisboa e Cacilhas, Porto – Brandão e Trafaria. Também na CP, Lisboa Transportes e Rodoviária de Lisboa, em todos os percursos desde Lisboa até ao limite exterior da coroa 1.

O L1 custa, desde terça-feira, 48,85 euros (um aumento de 0,45); o L12 custa 58,9 (+ 0,55) e o L123 custa 67 euros (+ 0,60).

Outra novidade de 2013 é a existência de bilhetes só para uma hora e para uso simultâneo na Carris e no Metro. O preço/hora é de 1,4 euros. Um bilhete diário, também para Carris e Metro, passa a custar seis euros.

Se comprar um bilhete para uma viagem de autocarro o preço é 1,8 euros (tarifa de bordo), enquanto um bilhete para andar de eléctrico continua a custar 2,85 e um bilhete simples para o metro 1,25 euros.

Ouvidos pela Renascença, muitos utentes queixam-se de falta de informação sobre o "Navegante" e de que vão ter de pagar por um meio de transporte que não utilizam.