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O caso do funcionário da ONU que ninguém reconhece

23 dez, 2012 • Paulo Ribeiro Pinto

Chama-se Artur Baptista da Silva, alegadamente é economista, diz ter trabalhado nas Nações Unidas, no Banco Mundial e na Gulbenkian, mas nada parece bater certo.

Artur Baptista da Silva apresenta-se como funcionário das Nações Unidas e defende as conclusões de um alegado estudo da ONU que diz que Portugal tem que renegociar a sua divida sob pena de se tornar uma nova Grécia. No entanto, tudo não passará de um embuste que a Renascença estava a investigar há já algumas semanas.

O tal “funcionário” da ONU e o seu relatório foram notícia em vários órgãos de comunicação social, incluindo na Renascença.

Consultor do Banco Mundial e Bolseiro da Fundação Gulbenkian, professor universitário e coordenador do programa da ONU para o Desenvolvimento. Este era o alegado curriculum vasto de Artur Baptista da Silva, mas que era difícil de confirmar.

Artur Baptista da Silva diz ser economista de formação e tem feito intervenções públicas em várias conferências e entrevistas.

Às perguntas da Renascença, o Banco Mundial respondeu por e-mail referindo não ter registo da colaboração de Artur Baptista da Silva. Também a fundação Gulbenkian diz que Baptista da Silva nunca foi bolseiro da instituição. Das Nações Unidas, apesar dos insistentes contactos não tivemos resposta, mas na página da internet da organização não há uma única referência a Artur Baptista da Silva.

A Renascença apurou que o mesmo homem também trabalhou na OIKOS, uma organização não governamental portuguesa, da qual foi demitido em 2006 precisamente por incongruências no seu curriculum.