Câmara de Matosinhos nega estar a financiar o Leça e o Leixões

A Câmara de Matosinhos vai comprar os estádios do Leixões e do Leça por 6,3 milhões de euros, mas nega que o dinheiro público esteja a ser usado para que estes dois clubes paguem as dívidas ao Estado. O presidente da autarquia, Guilherme Pinto, assegura que esta é uma solução mais barata para garantir o acesso dos cidadãos à prática desportiva.

“A situação de dificuldade das duas instituições tem que ver também com dívidas ao Estado e é ponto de honra que eles honrem os seus compromissos. Portanto, a compra vai ser feita em prestações, de forma a que acompanhem os montantes necessários para que as duas instituições honrem os seus compromissos”, explicou o autarca à Renascença.

Guilherme Pinto diz que não sabe se este montante “é suficiente” para os clubes pagarem as dívidas ao Estado, mas sublinha que o objectivo da autarquia com estas compras é “garantir que esses equipamentos continuem ao serviço da população”.

O autarca socialista rejeita estar a financiar o Leça e o Leixões. Explica que se trata de “aquisição de património da câmara igualzinho àquele que fizemos com tantas instituições porque faz parte das atribuições da câmara proporcionar boas condições para a prática desportiva dos seus cidadãos”.

Narciso Miranda insurge-se contra o negócio
O ex-autarca, hoje vereador independente, Narciso Miranda convocou uma conferência de imprensa para se insurgir contra o negócio. Para Narciso Miranda, a autarquia está a pagar as dívidas do Leixões e do Leça.

“São todos estádios de futebol privados” que “têm dívidas”. “Compram-se estádios de futebol para pagar dívidas”, acusa. Para o antigo autarca, esta é a demonstração de que “o crime compensa”.