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Cortes na base das Lajes só avançam no Verão de 2014

03 dez, 2012

Embaixador norte-americano diz que o seu país vai tentar atenuar o impacto da redução de pessoal e está empenhado em atrair investimento para os Açores.

A redução de forças na Base das Lajes só vai ocorrer no Verão de 2014 e os Estados Unidos estão a tentar encontrar investimentos que limitem o impacto na economia regional, afirma o embaixador norte-americano em Lisboa.  
 
"Não vai haver qualquer redução nas Lajes antes do período entre o Verão e o Outono de 2014", em linha com a "grande preocupação" manifestada pelo Governo português com o impacto da redução de trabalhadores portugueses no orçamento da segurança social, disse Allan Katz em entrevista à agência Lusa.

"Fizemos um esforço muito grande para encontrar formas de mitigar o impacto disto", assegurou, garantindo que a decisão foi tomada por razões "estritamente económicas". 

Allan Katz alerta para a necessidade de Portugal criar as condições de competitividade necessárias à captação desses investimentos, admitindo que alguns processos se tenham atrasado até a decisão final ser anunciada.

As autoridades locais estimam que a diminuição da presença norte-americana na base represente uma redução de 10% a 15% no produto interno bruto dos Açores e de 30 a 40 milhões de euros na economia da ilha Terceira.
 
Para reduzir esse impacto, o embaixador assegurou estar em curso uma série de programas para atrair investimento norte-americano para os Açores. "Vamos trazer um grupo de empresários em Fevereiro (...) e estamos a trabalhar com o Governo para tentar que isso traga os maiores benefícios possíveis", salientou. 
 
Katz deu como exemplo uma empresa norte-americana de formação de pilotos onde esteve com um grupo de empresários portugueses, em Abril, nos Estados Unidos. A empresa Pan Am manifestou interesse em abrir instalações na Europa e Katz sugeriu os Açores, apesar de já haver propostas de dois países europeus. 
 
"Estamos a tentar arduamente criar este tipo de oportunidades e vamos continuar a fazê-lo. Precisamos de uma cooperação activa do Governo (português) em termos de aproveitar estas oportunidades", disse.
 
O embaixador explicou que muitas dessas oportunidades passam por disponibilizar algumas das infra-estruturas que ficaram disponíveis depois da redução das forças e que podem ser "um estímulo" ao investimento. 
 
O embaixador frisou que o seu papel é captar interessados e fazer esta ligação, mas que cabe depois ao Governo português negociar com as empresas, o que deve ser feito tendo em vista a necessidade de oferecer condições competitivas. 
 
Questionado sobre se isso não tem acontecido, Katz assegurou que há "boas intenções" e "vontade" dos portugueses, mas considera que se podia ter andado mais depressa e que possivelmente isso não aconteceu por haver alguma "reticência" na falta de uma decisão final.

Os Estados Unidos aceitaram o pedido de Portugal para uma reunião extraordinária sobre a base das Lajes. O embaixador norte-americano afirma que o seu país tem todo o gosto em ouvir as preocupações portuguesas.