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Engenheiros portugueses buscam novas oportunidades no Brasil

25 nov, 2012

Os grandes eventos desportivos que irão ocorrer no país, como o Mundial de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, tem incentivado essa procura nos mercados da engenharia e construção.  

Os serviços de engenharia e a construção de edifícios foram as áreas mais contempladas com autorizações de trabalho a portugueses no Brasil este ano, informou o Ministério do Trabalho e Emprego brasileiro.

Dados oficiais mostram que, entre os meses de Janeiro e Setembro, 1.032 portugueses receberam autorização de trabalho temporário no Brasil, sendo 97 para serviços de engenharia, 74 para a construção de edifícios, 62 para actividade de consultoria em gestão empresarial e 44 para fabrico de estruturas metálicas, as quatro carreiras mais contempladas.

Para conseguir esta autorização, no entanto, é necessário um pedido da empresa contratante junto ao Ministério do Trabalho. O tempo de permissão varia e pode ser limitado ou depender da duração do contrato de trabalho.

O sector da engenharia, apesar de ser o mais contemplado, é polémico, pois, actualmente, os diplomas de universidades portuguesas e brasileiras não são compatíveis, sendo necessária uma adaptação da formação do emigrante para exercer a profissão no Brasil.

Por outro lado, os grandes eventos desportivos que irão ocorrer no país, como o Mundial de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, tem incentivado essa procura nos mercados da engenharia e construção. Esta semana, o Governo brasileiro emitiu uma portaria que acelera a entrada de trabalhadores para esses eventos, com visto mais rápido e válido até ao fim do trabalho. A inscrição é feita pela internet.

O impacto da crise económica na chegada de emigrantes que saem de Portugal e procuram o Brasil pode ser percebido no número de vistos, permanentes
e temporários. Enquanto os vistos de viagem cultural e de estudos e de trabalho sem remuneração tiveram o seu pico de emissão em 2009 e 2008, respectivamente, com posterior redução, os vistos permanentes, de técnicos e de estudantes (incluindo graduação e pós-graduação) registaram maior volume este ano.

O presidente da Associação Nacional de Estrangeiros e Imigrantes no Brasil, Grover Calderón, afirma que a crise económica influenciou na chegada de mais imigrantes focados em trabalho e qualificação. Para o responsável, no entanto, os números do Governo brasileiro não mostram toda a realidade por não considerarem os trabalhadores imigrantes ilegais.