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Trabalhar na Segurança Social está a tornar-se profissão de risco

15 out, 2012

Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública alerta para casos de ameaça e agressão e culpa a crise e as políticas de austeridade.

Estão a aumentar os casos de violência e ameaças contra os funcionários da Segurança Social.

A denúncia é feita pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Publica que aponta culpas à situação de crise.

Quem fica sem emprego e sem subsídios acaba por “descarregar” em quem dá a cara, diz Luís Pesca.

“Tem a ver com o avolumar da crise, com o aumento da procura por parte dos cidadãos da Segurança Social, e quando são confrontados com decisões que são políticas como os cortes dos subsídios, do subsídio de desemprego e a redução das prestações sociais, que os cidadãos se revoltem com quem é a cara dessa política, que são os funcionários públicos. Por vezes existem ameaças e tentativas de agressão.”

Luís Pesca diz que a situação é recorrente não só nos centros de atendimento mas também nos bairros ditos problemáticos onde os funcionários fazem o controlo de subsídios do rendimento social de inserção e de outras prestações.

“Temos tido alguns relatos de todo o país, sobretudo nos grandes centros de atendimento, de tentativas de agressão. Infelizmente isto começa a ser recorrente. Já solicitámos ao Instituto de Segurança Social que proteja os técnicos que se dirigem aos bairros ditos problemáticos que se deslocam a casa das pessoas. Devem ser acompanhadas, não devem andar sozinhas, e devem ser protegidos no caso de haver algum tratamento menos correcto”, insiste.

O sindicalista que já pediu apoio ao Instituto de Segurança Social não sabe se é um caso de polícia mas diz que é preciso fazer alguma coisa antes que seja tarde: "Não sei se é pela polícia. Esperemos é que sejam tomadas medidas para proteger os trabalhadores e que no futuro estejamos a lamentar um acontecimento mais trágico e que nada se fez."

Contactado pela Renascença, o Instituto de Segurança promete um comentário para mais tarde mas, desde já, diz que não tem conhecimento de que os casos de agressões tenham aumentado.