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Deficientes acusam Governo de insensibilidade social

02 out, 2012 • João Pedro Vitória

“A maioria da população não sabe que as pessoas com deficiência, grande parte delas, vivem com pensões de 212 euros", afirma Jorge Falcato Simões, da Associação (d)Eficientes Indignados.

Deficientes acusam Governo de insensibilidade social

Dezenas de deficientes protestaram esta terça-feira em frente à Assembleia da República. A concentração pretendeu denunciar o que dizem ser a insensibilidade social do Governo, traduzida em grandes dificuldades financeiras.

O facto de estarem em cadeiras de rodas e, nalguns casos, em camas médicas não impediu estes manifestantes de chegar à Assembleia da República.

Dezenas de cidadãos com deficiências várias, quase todas redundando em grandes dificuldades de mobilidade, pedem ao Governo e à restante população que os ouça. 

“A maioria da população não conhece, não sabe que as pessoas com deficiência, grande parte delas vivem com pensões de 212 euros. Não sabem que 30% das famílias que integram pessoas com deficiência têm um rendimento líquido de 400 euros”, afirma Jorge Falcato Simões, da Associação (d)Eficientes Indignados.

Jorge Falcato Simões acusa o Executivo e o ministro Pedro Mota Soares de ignorarem as pessoas com deficiências.

“O ministro da Solidariedade e da Segurança Social, ontem, tira da cartola um milhão de euros. Nós tínhamos perguntado a 9 de Setembro se iria haver reforço de orçamento ou não e não tivemos sequer resposta”, lamenta.

A Associação (d)Eficientes Indignados considera que o Governo de Passos Coelho padece de insensibilidade social e sublinha que quando “são recusadas cadeiras de rodas a pessoas, isso significa  ficarem em casa, não poderem andar na rua”.

“Quando são recusadas almofadas anti-escaras e as pessoas ficam com escaras, quando são recusados computadores a pessoas que não têm outra forma de expressão, isto é insensibilidade social, isto não é inclusão”, afirma Jorge Falcato Simões.

Ao som dos Homens da Luta, que quiseram demonstrar a sua solidariedade para com os manifestantes, uma das palavras de ordem mais ouvida junto ao Parlamento foi: “Deficiente é o Governo. Nós somos gente”.