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Protestos contra a austeridade de Norte a Sul do país

21 set, 2012

Porto, Braga, Coimbra, Faro, Lisboa e Funchal foram algumas das cidades palco de manifestações que coincidem com o Conselho de Estado e que querem dizer “basta” aos sacrifícios.

Protestos contra a austeridade de Norte a Sul do país

A indignação contra as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo ganhou expressão esta sexta-feira um pouco por todo o país, com mais ou menos participação, enquanto decorre o Conselho de Estado convocado pelo Presidente da República.

A ideia é chamar a atenção de Cavaco Silva para o descontentamento da população, numa tentativa de influenciar um recuo nas medidas, nomeadamente a  anunciada subida nas contribuições para a Segurança Social, medida que poderá ter sido a gota de água que transbordou o copo para os contribuintes portugueses.

Porto
A anunciada concentração do Porto destinada a "pressionar" o Conselho de Estado para que este exija uma alteração da política governamental, transformou-se em "assembleia popular".

Algumas centenas de pessoas estão a ouvir desde as 18h30, através de um megafone, apelos à destituição do Governo e ao maior envolvimento de todos em novos protestos, nomeadamente na manifestação do dia 29 em Lisboa.

Braga
Em Braga, cerca de 30 pessoas juntaram-se na principal praça de Braga em "solidariedade" com a vigília que decorre frente ao Palácio de Belém, durante a reunião do conselho de Estado, mas garantem que "a grande manif" na cidade será sábado.

Um dos organizadores da concentração desta tarde e da manifestação que dia 15 juntou cerca de cinco mil pessoas em Braga, Eduardo Velosa, esclareceu que a presença hoje na praça é "simbólica". "A nossa indignação será mostrada amanhã, conforme ficou decidido dia 15 em Assembleia Popular", explicou.

Bragança
Pouco mais de 20 pessoas aderiram, em Bragança, à concentração marcada para a hora em que decorre, em Lisboa, o Conselho de Estado, desapontadas pela fraca adesão numa região onde consideram existirem razões acrescidas para protestar.

Os cartazes e faixas com frases de protestos concorriam em número com os presentes, um dos quais transportados por uma menina com a pergunta: "Os meus pais estão desempregados, o que vai ser de mim?".

Viseu, Leiria e Pombal
Perto de 70 pessoas estavam concentradas perto das 19h00 nas cidades de Viseu, Leiria e Pombal, na região Centro, nas vigílias de protesto contra as medidas de austeridade.

Cerca de 40 pessoas marcam hoje presença na vigília que decorre no Rossio de Viseu, em dia de feriado municipal, uma afluência muito tímida, depois de no último sábado se ter registado uma das maiores manifestações de sempre na cidade, com perto de 2.000 pessoas.

Em Leiria, duas dezenas de pessoas, sobretudo jovens, estão concentradas da Fonte Luminosa com cartazes de protesto com inscrições como "austeridade = pobreza". Já em Pombal, o número de participantes na vigília não passa de uma dezena.

Coimbra
Cerca de duas centenas de pessoas estão concentradas na Baixa de Coimbra, manifestando-se contra as políticas da 'troika' internacional e do Governo. Ao som de bombos e gaitas-de-foles, vários manifestantes intervieram na praça do Comércio, a partir das 19h00, uma hora depois do início da concentração.

Estudantes, reformados e profissionais de diferentes sectores marcaram presença no protesto de Coimbra, integrado nas vigílias realizadas em várias cidades do país.

Évora
Em Évora, cerca de meia centena de pessoas cortaram o trânsito na Praça do Giraldo, no centro de Évora, em protesto contra as medidas de austeridade.

Funchal
Já no Funchal, meia centena de pessoas concentrou-se junto ao Palácio de São Lourenço, sede do representante da República no Funchal.

A concentração do Funchal ao final da tarde integrou-se nas que foram convocadas nas redes sociais em pelo menos 15 cidades e em Londres pelo movimento “Que se lixe a 'troika'! Queremos as nossas vidas”, que convocou também as manifestações do passado sábado.

Faro
Cerca de 150 pessoas estavam concentradas pelas 19h00 no Largo da Sé, em Faro, para criticar a "destruição da economia" e a "falta da qualidade da educação" e apelar mesmo à demissão do Governo.

No local foram montadas colunas e um microfone para que os participantes pudessem usar livremente da palavra.

Lisboa 
Quase uma hora após o início do Conselho de Estado, o protesto frente ao Palácio de Belém subiu de tom com ruidosas palavras de ordem, derrubamento de algumas das grades colocadas pela polícia e o lançamento de alguns petardos.

O número de manifestantes presentes já se situa na casa dos milhares, gritando palavras de ordem como "O povo unido jamais será vencido" e "gatunos, gatunos", entre outras frases ofensivas dirigidas ao Chefe de Estado, nomeadamente por parte de um grupo de estivadores que se deslocou ao local.

Foi no mesmo local que se concentraram várias dezenas de agentes da PSP, incluindo o Corpo de Intervenção (CI), devido ao rebentamento de vários petardos, com os manifestantes a abanarem as grades de protecção.