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Investigador diz que alteração à TSU é “original no mau sentido”

17 set, 2012 • António José Soares

Cerca de 33 mil postos de trabalho podem ser perdidos caso o Governo avance com as mudanças na Taxa Social Única (TSU), conclui uma simulação feita pelas Universidades do Minho e de Coimbra.

Investigador diz que alteração à TSU é “original no mau sentido”
O estudo "Emprego e TSU” contraria o anúncio do Executivo sobre o impacto das alterações às contribuições para a Segurança Social por parte dos trabalhadores e empresas. O promotor da investigação e professor de Economia da Universidade do Minho, Luís Aguiar Conraria, diz que a proposta do Governo “é original no mau sentido”.

“É original no mau sentido da palavra, original no sentido de ser contra a intuição económica, é a ideia de estar a querer baixar o custo do trabalho ao mesmo tempo que se aumentam os impostos sobre o trabalho”, aponta.

“Foi essa originalidade que nos levou a querer estimar os números apresentados para ver se faziam sentido ou não”, explica o investigador, cujas conclusões vão no sentido oposto às do ministro das Finanças.

“Na melhor das hipóteses, o impacto é praticamente nulo, na pior destrói 68 mil empregos, e aquilo que estimamos como sendo o mais provável é que fique entre os 30 e os 35 mil empregos destruídos”, revela.

“O efeito contrário teria, na melhor das hipóteses, a criação de mil empregos”, acrescenta ainda Luís Aguiar Conraria.

O estudo está disponível na internet, e os autores desafiam por isso o Governo a tornar também público o estudo em que se baseou para decidir alterar as regras da TSU.