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Som do "pouca terra" volta ao Tua em Junho

20 jun, 2012 • Olímpia Mairos

A primeira viagem do ano coincide com o primeiro dia da greve dos maquinistas, o que pode condicionar os projectos turísticos do Douro.

Som do "pouca terra" volta ao Tua em Junho

A CP retoma a 30 de Junho as viagens de comboio histórico na linha do Douro, depois de, no ano passado, ter ameaçado com o fim do serviço por falta de parceiros para o financiamento do projecto.

Este ano, o Turismo do Porto e Norte de Portugal apoia a iniciativa e quer atrair mais turistas à região. A CP quer adaptar a locomotiva a vapor do comboio ao gasóleo, em detrimento do carvão, para tornar sustentável o percurso, que representa um défice anual de 60 mil euros.

A velha locomotiva a vapor vai percorrer os 46 quilómetros que separam Peso da Régua do Tua, concelho de Carrazeda de Ansiães, numa viagem que tem como paisagem predominante o rio Douro e as vinhas, que são património mundial da humanidade.

Melchior Moreira, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, que este ano apoia de uma forma especial a iniciativa, está convicto de que o comboio histórico vai ajudar a alavancar o turismo na região.
 
“É alavancado a outros produtos estratégicos, como o enoturismo, a gastronomia, a cultura e a monumentalidade, como o Museu do Douro... Portanto, é um projecto complementar. Também temos hoje fantásticas oportunidades no Douro em termos de 'spas'”, diz Melchior Moreira.
 
A primeira viagem deste ano está marcada para 30 de Junho, mas coincide com o primeiro dia da greve dos maquinistas, que se prolonga até 31 de Julho.

Nuno Moreira, vogal do conselho de administração da CP, diz que esta greve, a concretizar-se, poderá condicionar o programa do comboio histórico. “A alternativa será, em último caso, utilizar não uma locomotiva a vapor, mas uma outra para fazer esse serviço. Obviamente não é a mesma coisa. Vamos tentar ver nos próximos dias quais são os desenvolvimentos.”
 
O comboio histórico vai circular na linha do Douro entre 30 de Junho e 11 de Outubro. É mais um meio para conhecer o Douro património da humanidade.