Tempo
|

Ex-SCUT

Governo negoceia corte de 30% nos pagamentos às concessionárias

23 mai, 2012

Segundo o secretário de Estados dos Transportes, o Executivo aguarda "uma resposta" das empresas concessionárias até ao final do mês, mas está "muito optimista".

O secretário de Estado das Obras Públicas, Sérgio Monteiro, garantiu esta quarta-feira que o Governo está a negociar com as concessionárias das ex-SCUT cortes de 30% nos pagamentos contratados, o que permitirá poupar ao Estado mais de quatro mil milhões de euros.

"Fizemos [às concessionários] uma proposta de corte de 30% nos pagamentos de disponibilidade no caso das ex-SCUT [auto estradas sem custos para o utilizador]", disse Sérgio Silva Monteiro, salientando que, "este corte de 30% permite poupar mais de quatro mil milhões de euros durante a vida dos contratos".

"Isto é muitíssimo, é dinheiro que os portugueses não vão ter de pagar dos seus impostos por conta de investimentos que nem sempre tiveram o racional económico", sustentou, à margem da inauguração do Terminal de Carga DHL Express Porto.

Segundo o secretário de Estado, o Executivo aguarda "uma resposta" das empresas concessionárias até ao final do mês, mas está "muito optimista", já que estas demonstraram "disponibilidade" para "sentar-se com o Governo e encontrar formas de conseguir essa poupança".

Aliás, destacou, “ao contrário da diabolização que às vezes se tenta fazer dos concessionários, este Governo não tem encontrado resistência na procura de soluções que nos permitam garantir a poupança para o Orçamento do Estado".

Na terça-feira, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, afirmou que o Governo mantém a ideia de diminuir as rendas em todos os sectores protegidos e não só na energia, apontando como exemplo os preços de medicamentos e nas parcerias público-privas (PPP).

"Os cortes das rendas nas PPP serão não só efectivos, mas também substanciais", afirmou, sem detalhar como serão concretizados, mas garantindo que o Governo vai continuar a combater "os interesses instalados e os lóbis" que são muito perniciosos para a economia.