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Gaspar diz que portugueses não iam entender anúncio de eventual corte dos impostos

04 mai, 2012 • Mara Dionísio

Num debate organizado pela Renascença e pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, o ministro das Finanças não rejeitou liminarmente uma descida da carga fiscal, mas referiu que não é o momento para o anunciar.

Gaspar diz que portugueses não iam entender anúncio de eventual corte dos impostos
O ministro das Finanças considera que "anunciar em 2012 possíveis reduções de impostos para 2015 e 2016 seria uma imprudência que não seria compreendida pelos portugueses e pelos nossos parceiros internacionais". Declarações proferidas num debate organizado pela Renascença e pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.
O ministro das Finanças considera que "anunciar em 2012 possíveis reduções de impostos para 2015 e 2016 seria uma imprudência que não seria compreendida pelos portugueses e pelos nossos parceiros internacionais". Ainda assim, Vítor Gaspar não descarta a redução da carga fiscal, desde que se vá “ganhando espaço orçamental” com as reformas em curso.

“À medida que se vá concretizando espaço orçamental, mais espaço teremos para o exercício da soberania e das escolhas políticas”, disse o ministro durante um debate promovido pela Renascença e pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, em Lisboa.

Para Vítor Gaspar, “o exercício pleno da política sem constrangimentos exige que sejamos capazes que de nos libertar da tirania da dívida, colocando a dívida numa base sustentável”. Para isso, acrescenta, é preciso que o país atinja em 2016 um défice de 0,5% do PIB.

É crucial “criarmos condições para o exercício pleno da nossa soberania política. É um esforço crucial e de regime”, sublinha.

O ministro das Finanças falava durante o debate “As reformas da República”, uma iniciativa da Renascença e do Instituto de Estudos Políticos (IEP) da Universidade Católica, que decorreu esta sexta-feira.

O debate foi moderado pela directora de Informação da Renascença, Graça Franco, e pelo antigo director do jornal “Público” José Manuel Fernandes. Teve ainda como comentadores André Azevedo Alves e João Pereira Coutinho, do IEP.