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Emotivo “E depois do adeus” dá início às cerimónias do 25 de Abril

25 abr, 2012

Senha que lançou a Revolução dos Cravos deu início, 38 anos depois, à sessão comemorativa no Parlamento, este ano marcada pela ausência de nomes históricos.

Emotivo “E depois do adeus” dá início às cerimónias do 25 de Abril
Com todos os deputados, membros do Governo, chefe de Estado e Presidente da Assembleia da República sentados, Paulo de Carvalho deu início à cerimónia comemorativa do 25 de Abril no Parlamento, ao entoar um emotivo “E depois do adeus”, cantado à capela.

“É uma honra para mim participar nos festejos do 25 de Abril”, afirmou o cantor à Renascença, na véspera das comemorações.

Paulo de Carvalho admite não concordar “com muita coisa, inclusive deste Governo”, mas considera que não se deve “confundir o Governo que foi eleito democraticamente com a Assembleia da República e, sobretudo, com o 25 de Abril”.

Numa sala cheia de cravos, a sessão solene começou, assim, com a mesma canção que, em 1974, serviu de senha para a Revolução dos Cravos, lançada pelo jornalista João Paulo Diniz.

A cerimónia oficial do 25 de Abril regressa hoje à Assembleia da República, após um ano de interregno, com intervenções dos partidos, presidente do Parlamento e Presidente da República, numa cerimónia marcada pela ausência da Associação 25 de Abril, de que fazem parte alguns dos chamados “capitães de Abril”.

Em solidariedade, o antigo Presidente da República Mário Soares e o ex-candidato presidencial Manuel Alegre anunciaram que também não iriam participar nas comemorações oficiais.

Ouvida o “E depois do adeus”, começaram os discursos dos partidos, com o Partido Ecologista Os Verdes, através de José Luís Ferreira. Segue-se o Bloco de Esquerda, pela deputada Cecília Honório, as intervenções do deputado do PCP Agostinho Lopes e do parlamentar do CDS-PP Hélder Amaral.

Os últimos discursos partidários estão destinados ao PS e ao PSD, com a intervenção do líder da bancada socialista, Carlos Zorrinho, e do vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Pedro Pinto.

Depois, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, fará a sua intervenção, passando depois a palavra ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que encerra a cerimónia.

O discurso do chefe de Estado deve voltar a marcar o dia, depois de, no ano passado, poucas semanas depois de ter convocado eleições legislativas antecipadas, na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro José Sócrates, Cavaco Silva ter aproveitado para defender que a palavra tem de ser devolvida ao povo quando a democracia está numa "encruzilhada".

Terminada a cerimónia no Parlamento, a comemoração da Revolução continua, a partir das 15h00, com o tradicional desfile na Avenida da Liberdade, em Lisboa, sendo cumprida a tradição de abrir os Jardins do Palácio de Belém e de São Bento ao público.

Nos jardins do Palácio de Belém, o Presidente da República vai assistir à actuação de mais de uma centena de elementos de seis grupos corais e etnográficos que vão apresentar o Cante Alentejano, os cantares tradicionais do Alentejo, cuja candidatura Património Imaterial da Humanidade da UNESCO chegou a estar prevista para este ano mas foi, entretanto, adiada para 2013.

O Museu da Presidência da República também está aberto a partir das 10h00, enquanto o Palácio de São Bento abre as portas às 14h30, com visitas guiadas e livres, um "atelier" lúdico-pedagógico para os mais novos e a actuação ao final da tarde do Grupo de Violinos "Os Paganinus", do Conservatório Regional de Setúbal.