19 abr, 2012
A população portuguesa está envelhecida, com cada vez menos crianças e mais imigrantes. O alerta foi deixado na terceira edição do Congresso Mundial do Envelhecimento Activo, que arranca hoje na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
As estatísticas revelam que “5% da população residente em Portugal é estrangeira, existem poucas crianças e muitos idosos”, explicou a investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de Lisboa, Teresa Rodrigues. A especialista sublinha ainda que “o crescimento populacional no país é marcado por uma enorme moderação devido ao declínio sustentado da fecundidade”.
Um cenário que preocupa também o presidente do Conselho Económico e Social (CES). “Não temos uma política integrada, não temos uma visão de médio prazo que nos aponte a forma de nos organizarmos como colectivo para responder a este tipo de necessidades”, lamentou Silva Peneda.
De acordo com a socióloga, Ana Sepúlveda, é necessário trazer uma mudança de paradigma em termos de mercado de trabalho para os mais velhos. “Ter equipas onde consigamos por a trabalhar em conjunto e de forma positiva pessoas mais jovens, recém-entradas nas organizações, e pessoas mais velhas. Estarmos a retirar estas pessoas [mais velhos] das organizações é estarmos ‘a deitar ao lixo’ um manancial enorme de conhecimento”, defendeu.
O congresso é uma iniciativa da Rede de Universidades da Terceira Idade, que decorre no âmbito do Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações.