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Relvas avisa televisões: ou se entendem ou ficam à mercê dos anunciantes

10 abr, 2012 • Eunice Lourenço

Em entrevista à Renascença, ministro Adjunto garante que RTP vai ser privatizada e admite erros e correcções no percurso do Governo.

Relvas avisa televisões: ou se entendem ou ficam à mercê dos anunciantes
A credibilidade é o "maior bem e o maior trunfo" da Renascença, diz o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares. Em entrevista a propósito dos 75 anos da Renascença, Miguel Relvas salienta a capacidade de inovar da rádio.Nesta entrevista, o ministro reafirma ainda a disposição de privatização um dos canais generalistas da RTP até ao fim deste ano, embora não avance qual das licenças (RTP1 ou 2) o Governo pretende alienar.
O ministro que tutela a comunicação social, Miguel Relvas, considera que a medição de audiências televisivas não vai desvalorizar a RTP, mas deixa um sério aviso aos operadores: se não se entenderem vão ter dificuldades em não se submeterem ao monopólio dos anunciantes

"Era muito importante que os três operadores tivessem uma posição comum", aconselha Miguel Relvas, em entrevista à Renascença.

Sobre o futuro do canal público de televisão, o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares reafirma a disposição de privatizar um dos canais generalistas até ao fim do ano.

“Vamos alienar um canal. Será no fim deste ano”, assegura, sem avançar qual das licenças (RTP1 ou 2) vai ser alienada.

Miguel Relvas afirma que, no ano passado, o orçamento da televisão pública foi superior ao do Ministério dos Negócios Estrangeiros para este ano e diz que gostaria que o serviço público de comunicação social (RTP, RDP e Lusa) tivesse a boa gestão de bens e de meios humanos e técnicos que a Renascença tem.


“Tem havido necessidade de corrigir erros”, admite Relvas
Sobre as contradições dentro do próprio Governo acerca do corte dos subsídios de férias e de Natal para os funcionários públicos e reformados, o ministro não responde directamente, mas assume que tem havido necessidade de corrigir erros e fazer alterações no rumo do Executivo

"Estamos num quadro muito apertado, com muitas incertezas em Portugal e na Europa, somos obrigados a fazer muitas correcções", diz Miguel Relvas, acrescentando: "Só há que falar a verdade, reconhecer erros quando os comentemos, reconhecer alterações que têm de ser feitas".


Credibilidade é o “maior bem e trunfo” da Renascença
Entrevistado no âmbito do 75º aniversário da Renascença, o ministro que tutela a comunicação social elogia o caminho percorrido pela emissora católica portuguesa.

"O que acho mais espantoso na Renascença tem sido a capacidade de olhar para o futuro com uma abordagem ousada e atrevida", afirma Miguel Relvas, salientando que a Renascença "tem uma noção de serviço público muito significativa" e numa "situação de concorrência que nem sempre tem sido leal da parte do Estado".

O ministro considera ainda que a liderança da Renascença no meio rádio se deve à sua "qualidade e muita respeitabilidade cultural".