Os salários vão ser "fortemente condicionados" em 2012 e 2013 pelo crescimento do desemprego e pela continuação dos efeitos das medidas de austeridade, prevê o Banco de Portugal (BdP) no boletim económico de Primavera, divulgado esta quinta-feira.
"A actual projecção contempla uma redução dos custos unitários do trabalho no sector privado em 2012 e 2013, num contexto em que a evolução dos salários deverá ser fortemente condicionada pelo agravamento da situação no mercado de trabalho", escreve o Banco central.
O relatório do Banco de Portugal nota também que o crescimento dos salários será igualmente afectado "pelo impacto da suspensão dos subsídios de férias e de Natal no sector público, bem como pela redução de 50% nas retribuições por trabalho suplementar, que deverá entrar em vigor neste ano".
Menos empregos
O emprego vai reduzir-se 3,6% este ano e voltará a cair 0,7% em 2013. Segundo projecções, em 2012 "a contracção mais acentuada" vai ocorrer no sector privado. No ano seguinte, a redução do emprego será mais acentuada no sector público.
O boletim sublinha que, neste contexto, "assumem particular relevância as reformas estruturais" ligadas à competitividade.
O Banco de Portugal não divulga projecções específicas sobre a taxa de desemprego. No entanto, regista que houve um "aumento muito significativo" do desemprego no final de 2011, que ficou acima das expectativas, atingindo os 14%.
O
Banco de Portugal prevê uma recessão para este ano uma décima acima das previsões do Governo. A previsão do banco central é de 3,4% e a do Governo, inscrita no orçamento rectificativo, é de 3,3. Já em 2013, o cenário será de estagnação.