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Juiz diz que acusações de Vale Azevedo são "falsas e ofensivas"

22 mar, 2012 • Marina Pimentel

Em causa estão as alegações feitas pelo advogado suspenso pela Ordem, de que teria havido um erro na emissão do primeiro mandado de detenção recebido pelos tribunais britânicos.

Juiz diz que acusações de Vale Azevedo são "falsas e ofensivas"
O juiz que condenou Vale e Azevedo no processo Dantas da Cunha reagiu às recentes acusações que lhe foram feitas pelo antigo presidente do Benfica. Em comunicado, Renato Barroso diz que foram feitas declarações “falsas e ofensivas da sua honra e dignidade profissionais”.

Em causa estão as alegações feitas pelo advogado suspenso pela Ordem, de que teria havido um erro na emissão do primeiro mandado de detenção recebido pelos tribunais britânicos. Em resposta, Renato Barroso desmente e esclarece que o primeiro mandado contra Vale e Azevedo teve de ser substituído por um segundo, pelo facto de, entretanto, lhe ter sido fixado o cúmulo jurídico, em resultado de outros dois processos em que foi também condenado, tendo havido alteração da pena,o primeiro mandado perdeu assim a validade.

No comunicado, o magistrado das Varas Criminais de Lisboa, diz também que a sua independência enquanto juiz não pode ser posta em causa pela ligação que tem ao Futebol Clube do Porto, lembrando que até absolveu Vale e Azevedo num processo em que ele actuava enquanto presidente do Benfica e, pelo contrário, o condenou no caso Dantas da Cunha por falsificação e burla,em que actuou no exercício da advocacia.

Vale e Azevedo com ordem de extradição
No dia 16 deste mês e, após nove adiamentos, foi conhecida a decisão dos juízes britânicos sobre os casos que envolvem o ex-presidente do Benfica. O juiz do Tribunal de Magistrados de Westmister decidiu extraditar João Vale e Azevedo para Portugal.

Vale e Azevedo era objecto de um pedido de extradição baseado num mandado de detenção europeu emitido pela 4.ª Vara Criminal de Lisboa, depois de fixado o cúmulo jurídico em cinco anos e meio, na sequência de uma sucessão de recursos para o Supremo Tribunal de Justiça em 2010 e para o Tribunal Constitucional este ano.

O cúmulo jurídico foi estabelecido a 25 de Maio de 2009, no âmbito dos processos Ovchinnikov/Euroárea (seis anos de prisão em cúmulo), Dantas da Cunha (sete anos e seis meses) e Ribafria (cinco anos).