Tempo
|

Paulo Portas compara Líbia a Portugal no pós-25 de Abril

20 mar, 2012 • Paula Caeiro Varela, na Líbia

Ministro dos Negócios Estrangeiros diz que novo sistema judicial deve proteger os direitos dos que estavam no regime de Khadafi.  

Paulo Portas compara Líbia a Portugal no pós-25 de Abril
Paulo Portas está na Líbia, de olhos postos nas oportunidades de negócio. Em Tripoli o ministro dos Negócios Estrangeiros olha para um país que tenta recuperar de uma revolução violenta que terminou com a morte de Muammar Khadafi.

Portas diz que a Líbia vive hoje uma situação semelhante à de Portugal em 1974. Um país em transição, sem regime jurídico, sem instituições e sem governantes eleitos. Paulo Portas destaca o compromisso do Governo de transição em realizar as primeiras eleições livres do país.

“Serão para os líbios as primeiras eleições livres. É preciso organizar o recenseamento, as candidaturas e os partidos, e vem aí um compromisso constitucional”, explica.

Depois das eleições haverá uma nova constituição e um novo sistema judicial. Paulo Portas alerta para a necessidade de se respeitar os direitos de quem foi leal ao regime de Khadafi. “O tratamento que é dado a quem estava no antigo regime seja um tratamento de acordo com os direitos humanos, porque é isso que distingue do ponto de vista moral os regimes abertos dos regimes fechados, é a forma como tratamos os adversários.” 

O ministro encontrou-se com o Presidente do Conselho Nacional de Transição, mas também com o ministro das Finanças e com o Governador do Banco Central, Paulo Portas está convencido que a estabilidade trará o crescimento económico para o país.

“A Líbia está a retomar lentamente as condições para ter crescimento económico, pelas simples razão de que têm recursos naturais muito importantes. Com estabilidade há confiança, com confiança há crescimento. Por isso é tão importante defender o papel de Portugal neste preciso momento”, considera o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

Paulo Portas deixa ainda hoje Tripoli e viaja para Berlim, onde vai participar num jantar de trabalho oferecido pelo seu homólogo alemão.