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"O contributo de alguns para o conforto de muitos." Bragança e Minho apoiam estudantes e idosos

19 mar, 2012 • Olímpia Mairos e Isabel Pacheco

Em Trás-os-Montes, o Instituto Politécnico junta idosos a alunos, dando os mais velhos alojamento em troca de companhia. Em Braga, estudantes em dificuldades passam a ter uma ementa económica em todas as cantinas da academia minhota.

"O contributo de alguns para o conforto de muitos." Bragança e Minho apoiam estudantes e idosos

No distrito de Bragança há agora um projecto que pretende responder, em simultâneo, ao problema de idosos que vivem sós e às dificuldades de estudantes carenciados. O objectivo é facilitar alojamento aos estudantes em troca de companhia para idosos sozinhos.
     
O projecto, que junta o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), as Câmaras de Bragança e Mirandela, as freguesias locais, a diocese de Bragança e a Santa Casa da Misericórdia, pretende assim oferecer uma solução de alojamento as estudantes em dificuldades económicas para prosseguir os estudos, mas também, como explica o presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, a combater o flagelo social de solidão na terceira idade.

“Nós queremos que estudantes carenciados possam de facto usufruir de acomodação com pessoas idosas que vivem sozinhas e que necessitam da companhia. Naturalmente é um programa que tem de ser monitorizado para que tudo corra bem, da parte dos idosos e dos alunos, para que não haja problemas”, explica Sobrinho Teixeira.
 
“A ideia é combater a falta de financiamento dos estudantes e a falta de afecto e de carinho dos idosos, e fazer com que os nossos estudantes tenham eles próprios também uma relação de afecto e solidaria, naquilo que tem sido a base do modelo social europeu, baseado no contributo de alguns para o conforto de muitos”, adianta.

“Queremos que isso aconteça também no Instituto e esta é uma das formas que pode ser encontrada para ajudar a melhorar o efeito da crise económica”, finaliza o responsável.

Cantinas do Minho apostam em ementas mais em conta
Noutra instituição de ensino superior nortenha, neste caso em Braga, a Universidade do Minho decidiu baixar o preço das refeições, numa altura em que muitos estudantes têm dificuldade em pagar a alimentação. Em contrapartida, corta na sopa, na fruta e no pão.

Mais barata, mas sem o mesmo equilíbrio nutricional, a chamada refeição “simples” está, a partir desta segunda-feira, disponível nas cantinas da academia minhota. A opção vai ao encontro do hábito de alguns e das dificuldades financeiras de outros.    
 
O cenário é admitido pela própria universidade, que, consciente das dificuldades de muitos alunos tenta assim, explica a responsável, dar a melhor opção pelo melhor preço.

“Se nos imaginarmos que há um aluno que não pode pagar 2,45 euros por uma refeição mas consegue pagar 1,95 euros, com certeza que ficamos satisfeitos por ele ir fazer uma refeição quente e equilibrada”, defende Celeste Pereira.

A opção fica ao gosto e à carteira de cada um.