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Vale e Azevedo impedido de assumir cargos de administração no Reino Unido

16 mar, 2012

Ex-presidente do Benfica continua a lutar contra um pedido de extradição para Portugal. Vive em Londres, num dos bairros mais caros.

Vale e Azevedo impedido de assumir cargos de administração no Reino Unido
João Vale e Azevedo é objecto de um processo das autoridades britânicas para ser impedido de assumir cargos de administrador em empresas britânicas, devido a acção fraudulenta.

Um porta-voz do Serviço de Insolvências, organismo pertencente ao Ministério da Economia, confirmou à agência Lusa que o caso está em curso no Tribunal Superior [High Court].

O processo é uma consequência da falência declarada a 22 de Abril de 2009 da empresa de que era presidente, a V&A Capital Limited. Foi iniciado a 14 de Abril do ano passado, mas foi adiado e a próxima audiência está marcada para 14 de Novembro.

A V&A Capital está em liquidação judiciária há três anos, forçada por uma petição de credores reclamando dívidas superiores a quatro milhões de euros.

Em Novembro, o Tribunal Superior de Londres determinou o arresto de bens, nomeadamente mobílias, artigos de uso doméstico e obras de arte, armazenados em nome da empresa.

Todavia, o valor está longe de cobrir as dívidas, admitiu na altura um representante da Finurba Corporate Finance, companhia que liderou a acção judicial.

A V&A Capital descrevia-se como uma sociedade de investimento de capitais privados com interesses na indústria do açúcar, adoçantes de cereais e amidos, e em especial na produção e comercialização do etanol como uma nova fonte de energia não-poluente que é misturada com gasolina e usada como combustível.

No relatório de contas de 2006 submetido ao registo comercial britânico, registava um volume de negócios de 19,6 milhões de libras (23,3 milhões de euros) e um lucro operacional de 3,3 milhões de libras (quatro milhões de euros).

Reivindicava também a maioria do capital da Companhia Portuguesa dos Amidos (COPAM), que "produz e comercializa produtos amialáceos".

Mas esta versão foi negada à agência Lusa pelo administrador José Carmona e Costa em 2008, que afirmou que "nem o Dr. Vale e Azevedo nem nenhuma das suas empresas tem 55% da COPAM".

Este é o mais recente processo judicial que envolve o ex-presidente do Benfica nos tribunais britânicos, onde continua a lutar contra um pedido de extradição para Portugal que hoje deverá ser decidido na primeira instância em Londres.

A 5 de Fevereiro de 2009, João Vale e Azevedo e a mulher, Filipa Azevedo, foram também considerados pessoalmente insolventes por não terem pago uma dívida superior a um milhão de euros a uma construtora com a qual assinaram o contrato para a compra de uma habitação em Londres no valor de 6,3 milhões de libras (7,5 milhões de euros).