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ACP pede ao Governo para intervir no "escândalo" do preço dos combustíveis

12 mar, 2012

Preço chegou esta segunda-feira ao valor mais alto de sempre em Portugal. "O preço dos combustíveis no país é absolutamente anormal", diz o ACP. A Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas discorda.

ACP pede ao Governo para intervir no "escândalo" do preço dos combustíveis

O Automóvel Clube de Portugal (ACP) defende que se deve tabelar o preço dos combustíveis nos próximos dois ou três anos. “O Governo, como a Autoridade da Concorrência não existe em Portugal, deve tomar uma decisão e averiguar o que se está a passar, porque isto é um escândalo”, diz Carlos Barbosa, presidente do ACP.

O ACP enviou uma carta aberta ao ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, em que reclama medidas, pois considera que o preço das gasolinas em Portugal é “anormal”.

“O Governo anterior não fez rigorosamente nada no que diz respeito aos combustíveis e este Governo está a ir pelo mesmo caminho. O ministro da Economia prometeu, há cerca de um mês, que iria montar uma rede de bombas ‘low cost’ nas principais estradas do país. Até agora foi apenas intenção, não se passa rigorosamente nada", sustenta Carlos Barbosa.

"O preço dos combustíveis em Portugal é absolutamente anormal: estamos com combustíveis mais caros do que quando o Brent estava a 160 dólares e não vale a pena a Apetro vir agora falar no câmbio, porque até o câmbio é favorável ao Euro”, acrescenta Carlos Barbosa.

Esta segunda-feira, o preço dos combustíveis voltou a subir, atingindo o valor mais alto de sempre, com a gasolina a ser comercializada a 1,71 euros e o gasóleo a 1,51 euros.

António Comprido, secretário-geral da Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas (Apetro), desvaloriza o ponto de vista do ACP, que critica o facto do preço dos combustíveis estar agora mais caro do que em 2008, quando o crude ultrapassou os 147 dólares o barril.

“Nessa altura, o IVA era de 20%, hoje é de 23%. No início deste ano, houve um pequeno ajuste na chamada 'contribuição para o serviço rodoviário', que está contida dentro do ISP e houve também aí um aumento. Para mais, no caso particular do gasóleo, houve o fim da isenção fiscal para o biodiesel. Tudo isso junto, mais a inflação, justifica os preços”, refere António Comprido.

Mais de 2600 empregos ameaçados
A Associação de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) garante que a subida de preço pode levar ao encerramento de 300 posto, com a destruição de mais de 2600 postos de trabalho.

“Nós temos um valor que se aproxima daquilo que pensamos que será o desenrolar das dificuldades que vão agudizar-se  ao longo deste ano, apontamos para a ordem dos 300 postos que serão afectados, com a destruição de 2600 a 2700 postos de trabalho”, afirma Virgílio Constantino, que foi reeleito no fim-de-semana como presidente da ANAREC.