10 mar, 2012
A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) anunciou que vai aderir à greve geral de 22 de Março devido à "degradação das condições económicas, sociais e políticas" e admitiu realizar outras acções de luta.
Em conferência de imprensa, o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira afirmou que na próxima segunda-feira será entregue o pré-aviso de greve, sendo ainda promovido "um amplo processo de informação" para que a adesão dos docentes à paralisação tenha "um forte significado".
Mário Nogueira adiantou que as razões são "suficientemente fortes" para que os professores adiram à greve, prometendo estar na primeira linha a luta pela reposição dos salários na totalidade.
"Neste processo dos cortes salariais parece que a regra começa a ser as excepções. O Banco de Portugal, a TAP, a Caixa Geral de Depósitos e quem mais veremos", sustentou, sublinhando que estão de acordo com a excepção conseguida.
Porém, a FENPROF exige que a "excepção passe a ser a regra" e que sejam repostos os salários aos professores.
Outro dos motivos apontados por Mário Nogueira para a adesão à greve relaciona-se com o perdão da dívida da Grécia, enquanto Portugal "vai mais longe" do que aquilo que é exigido pela "troika".
"À Grécia, é desculpada a maior parte da dívida da banca privada, sendo reestruturada a dívida. Portugal paga tudo e ainda se compromete, sem consultar os portugueses, com valores que sabe que não vai cumprir", afirmou.
A FENPROF manifestou-se também preocupada com o desemprego que deverá atingir os professores a partir do início do próximo ano lectivo, em Setembro.
Segundo Mário Nogueira, "a revisão da estrutura curricular, a imposição de mega agrupamentos ou mexidas economicistas nas redes de instituições e cursos superiores" vão provocar "um surto de desemprego e instabilidade em Setembro.