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Presidente da Cáritas apela à criação de “instância” que cuide dos idosos

06 mar, 2012

Eugénio da Fonseca mostra-se surpreendido com o número de idosos isolados ou a viver sozinhos.

O presidente da Cáritas Portuguesa defende a criação de uma “instância de proximidade” que possa cuidar dos mais velhos. É a reacção de Eugénio da Fonseca aos números do Censos Sénior deste ano, realizado pela GNR.

“Isto só vem comprovar que é urgente haver uma instância de proximidade que possa prevenir e detectar a tempo e acudir às pessoas que são vítimas desta grande injustiça, que é, depois de uma vida de trabalho, ainda estarem sujeitas a uma das formas mais violentas que pode existir, que é a solidão e o isolamento. Acho que ao nível pelo menos concelhio devia haver uma instância, chamem-lhe o que quiserem, para cuidar da protecção às pessoas mais idosas”, afirma Eugénio da Fonseca à Renascença.

Foram conhecidos esta terça-feira os resultados da operação Censos Sénior levada a cabo pela GNR e que detectou um aumento de quase 50% dos idosos isolados ou a viver sozinhos. Eram 15.600 no ano passado e passaram a cerca de 23 mil este ano.

Também foram detectados quase 350 casos de idosos vítimas de maus-tratos e exploração financeira por terceiros.

“Fico surpreendido, porque não tinha a noção que fossem tantos e, nas circunstâncias de isolamento e maus-tratos, pode também ter que ver com a situação em que o país se encontra, porque há famílias que estão a usurpar os rendimentos dos próprios idosos para fazer face às carências que estão a sentir”, diz Eugénio da Fonseca.