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Justiça portuguesa deu ao Banco Alimentar 48 mil euros

03 mar, 2012 • Liliana Monteiro

Verba de multas por pequenos delitos é canalizada para instituições de solidariedade social.

Justiça portuguesa deu ao Banco Alimentar 48 mil euros
O Banco Alimentar Contra a Fome recebeu da justiça portuguesa 48 mil euros em 2011. É dinheiro que vem das indemnizações de arguidos que cometeram pequenos delitos e que viram o processo suspenso mediante o pagamento de uma multa e de trabalho voluntário.

“Isto resulta apenas dessa decisão de encaminhar as suspensões dos processos para uma instituição de solidariedade social. É simples, é uma decisão do magistrado”, conta à Renascença, Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar.

Os pequenos delitos puníveis com penas abaixo dos cinco anos são muitos e a justiça aproveita para sancionar os arguidos e ao mesmo tempo ajudar instituições.

José Freire, procurador-adjunto na Amadora conhece de perto os pequenos delitos praticados por muitos jovens. “Maioritariamente temos furtos de supermercado, condução sob o efeito do álcool, condução sem carta, crimes de ameaça e ofensa à integridade física, crime de consumo de estupefacientes e também o crime de detenção de arma proibida.”

Pessoas que se cruzam com o crime, que são condenadas a trabalho comunitário e que muitas vezes acabam por mudar. “Recorrentemente temos estas pessoas que dão com o seu trabalho contributo à comunidade reparando um pequeno delito que cometeram e são pessoas que se afeiçoam muitas vezes ao Banco Alimentar e à entreajuda precisamente porque vêem que se sua realidade se calhar não era aquela que julgavam que era a mais correcta e, portanto, muitos deles ficam como voluntários”, relata Isabel Jonet.

Justiça e instituições de solidariedade social de mãos dadas no combate aos desvios comportamentais de muitos indivíduos que enveredam pela pequena criminalidade. Este foi um dos temas abordados durante o Congresso do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que decorre em Vilamoura.