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Ânimos exaltados em protesto da GNR

01 mar, 2012

“Passeio contra as injustiças” contou com a presença de mais de mil militares.

Ânimos exaltados em protesto da GNR

Acabou com alguma tensão no ar o “Passeio contra as injustiças” na GNR, organizado esta quinta-feira, em Lisboa, pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG) e a Associação Nacional de Sargentos da Guarda (ANSG).

Enquanto uma delegação entregava um documento a um assessor do ministro da Administração Interna (MAI), os militares que estavam no Terreiro do Paço, na Praça do Comércio, exaltaram-se e derrubaram a barreira policial montada para chegarem junto à porta do MAI, levando à intervenção da PSP.   
 
Vítor Ferreira, dirigente da APG, foi um dos que tentou acalmar os ânimos e diz que “é natural que, às vezes, haja algum ânimo mais exaltado”, porque o descontentamento e a desmotivação são grandes.

O “Passeio contra as injustiças” ligou o Largo do Camões à Praça do Comércio e contou com a presença de mais de mil militares da GNR.

A aplicação da nova tabela salarial é um dos principais motivos dos protestos. César Nogueira, vice-presidente da APG, explica que o sistema remuneratório entrou em vigor em 2010, mas só foi aplicado à totalidade dos militares no final do ano passado, e está a criar "injustiças", uma vez que não foram pagos retroactivos e há profissionais com dez anos de serviços que estão a auferir o mesmo salário de outros com um ou dois anos de trabalho. 
 
É o caso de um militar, que pediu o anonimato, que está na GNR há 14 anos a ganhar 913 euros, "praticamente o mesmo de camaradas que estão na Guarda há três anos", situação que cria "mal-estar".

O presidente da Associação Nacional de Sargentos da Guarda, José O´Neill, afirmou que não se trata de "aumentar os vencimentos", mas sim do cumprimento da lei.  

Se nada for resolvido da parte do Ministério da Administração Interna, os militares da GNR prometem voltar ao Terreiro do Paço.