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Os desafios da rádio na era da Internet

28 fev, 2012

Passado, presente e futuro do meio rádio e os 75 anos da Rádio Renascença estiveram em discussão num colóquio que decorreu esta terça-feira na Universidade Católica, em Lisboa.

Os desafios da rádio na era da Internet
Em mais uma iniciativa para assinalar os 75 anos de existência, a Rádio Renascença promovei um colóquio sobre o meio rádio que juntou investigadores, alunos, responsáveis da emissora e antigos colaboradores na Universidade Católica, em Lisboa. Um encontro onde se recordaram histórias do passado, mas em que também se falou sobre os novos caminhos da rádio na era do digital.

Os desafios da informação nas rádio multiplataforma e os desafios que a internet trouxe para o meio estiveram esta terça-feira em análise, no colóquio sobre o meio rádio e os 75 anos da Rádio Renascença, realizado na Universidade Católica, em Lisboa.

Num dos painéis do colóquio, antigos jornalistas do Grupo r/com - renascença comunicação multimédia desfiaram memórias revelando um sentimento comum: a Renascença marcou as suas vidas.

Sob moderação de José Luís Ramos Pinheiro, membro do Conselho de Gerência do Grupo r/com e antigo jornalista e director de Informação, estiveram quatro jornalistas: Ângela Silva, jornalista do "Expresso", João Amaral, antigo Director de Informação e hoje elemento da direcção da Leya, Eduardo Oliveira e Silva, jornalista que hoje dirige o Centro de Formação da RTP, e Fernando Ilharco, antigo jornalista e editor, hoje professor universitário.

Os quatro antigos jornalistas da Renascença recordam, hoje, o bom ambiente de trabalho de um local onde se enriqueceram pessoal e profissionalmente. Como jornalistas referem, também, a marca de rigor que lhes era exigido nos seus trabalhos e nos critérios editoriais, algo que também os moldou enquanto profissionais da informação e comunicação.

No painel de abertura dos trabalhos, James Curran, professor da Universidade de Londres, alertou para a qualidade do que é produzido, hoje, no meio rádio: “Por um lado, o desvio de publicidade para internet reduziu os recursos para o jornalismo tradicional e isso tende a baixar a qualidade. Por outro lado, as novas empresas de jornalismo na internet não encontraram um modelo de negócio, logo não floresceram”.

“Há um declínio nos 'media' tradicionais", argumentou, embora isso não seja "preocupante, até agora, face ao crescimento do jornalismo na internet". Curran, deixou, contudo, a advertência: "Isso poderia mudar se houvesse algum tipo de investimento público em algum tipo de jornalismo independente na internet”.

Paula Cordeiro, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCPS), falou da música e da rádio. Explicou que a rádio é mais do que um aparelho que transmite música - é um meio onde se ouvem notícias, se criam relações e se faz companhia.

Paula Cordeiro lembrou, todavia, que a música é aquilo que alguém mais sente falta quando está numa ilha deserta e que a música é hoje uma forma de negócio para a rádio.

A conferência começou com um historial da rádio, de como o meio de implementou e profissionalizou na década de 60 em Portugal, numa conferência de Rogério Santos, professor da Faculdade de Ciências Humanas da Católica.

Antes, Nelson Ribeiro, director de programas da Renascença, falou da década de 70 e de como a Emissora Católica desempenhou um papel importante na transição para a democracia.

No final do colóquio, decorreu a cerimónia de lançamento do livro “Os meus 31 anos na Rádio Renascença”, da autoria de Fernando Magalhães Crespo, antigo gerente do Grupo r/com.