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Energia nuclear? "Por agora não", diz o ministro da Economia

01 fev, 2012

Álvaro Santos Pereira refere que há "excesso de oferta energéticoa" em Portugal, justificando assim a decisão do Governo.

Energia nuclear? "Por agora não", diz o ministro da Economia
A opção pela energia nuclear não se coloca neste momento. A garantia foi dada hoje pelo ministro da Economia, no dia em que 50 personalidades apresentaram um manifesto para que se estude a introdução do nuclear em Portugal.

"O Governo não tem tabus. No entanto, neste momento, temos excesso de oferta energética e essa questão [do nuclear] não se coloca", afirmou Álvaro Santos Pereira, à margem de um encontro em Lisboa sobre o lançamento de uma plataforma para o sector do turismo.

Sobre o manifesto da energia, através do qual 50 personalidades colocaram em cima da mesa, esta quarta-feira, a possibilidade de analisar a introdução do nuclear em Portugal, o ministro refere que "estamos numa democracia e todos temos o direito a advogar esta ou aquela posição".

No manifesto, a que a Lusa teve acesso, os signatários referem que "não há nenhuma razão técnica para que em Portugal não se considere a análise da energia nuclear no estudo das diversas opções possíveis para a produção da energia eléctrica".

O manifesto indica ainda que a recente crise de Fukushima, no Japão, "obriga a que a opção nuclear seja cuidadosamente escrutinada face às questões de segurança", mas frisa a necessidade de "ter presente que a energia nuclear constitui a fonte primária mais importante para a produção de electricidade na Europa, garantindo cerca de 30% do seu total".

Por essa razão, este grupo de personalidades considera que "o seu eventual abandono não pode ser decidido sob pressão das circunstâncias".

As personalidades, entre as quais se contam nomes como Alexandre Relvas, António Cardoso e Cunha, Francisco Van Zeller, Henrique Neto, João Salgueiro, Borges Gouveia, José Ribeiro e Castro, José Veiga Simão, Mira Amaral, Valente de Oliveira, Miguel Beleza, Miguel Cadilhe, Patrick Monteiro de Barros e Pedro Sampaio Nunes, dizem que estão "conscientes de que um país só tem direito a construir uma central nuclear se dispuser de um organismo do Estado técnica e politicamente independente".