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Oficiais da PSP queixam-se de diferença de tratamento em relação às forças armadas

20 jan, 2012 • Ana Rodrigues

Numa carta enviada à direcção nacional, os oficiais referem que na polícia tem sido aplicado rigor orçamental, considerando que o mesmo não tem acontecido nas forças armadas. Teme ainda que surjam problemas no seio da polícia.

Oficiais da PSP queixam-se de diferença de tratamento em relação às forças armadas
Agentes da PSP entregaram bonés na residência oficial do Primeiro-ministro

Os oficiais da PSP estão preocupados com a situação que se vive nesta altura na polícia e elaboraram um documento onde alertam para os perigos da falta de resolução dos problemas e para a diferença de tratamento em relação às forças armadas.

O texto refere que na polícia tem sido aplicado rigor orçamental, considerando que o mesmo não tem acontecido noutras serviços e nas forças armadas, onde as promoções e nomeações continuaram em 2011.

A Renascença teve acesso ao documento, elaborado pelos superintendentes da PSP e entregue ao  director nacional, onde referem que a falta de perspectivas está a gerar descontentamento, "numa altura em que mais do que nunca é exigível uma força policial coesa e disciplinada". 

Por isso, os superintendentes exigem decisões políticas urgentes, "sob pena  de começarem a  surgir problemas nesta força de segurança".

Os oficiais manifestam descontentamento e revelam que há, no seio da polícia, desmotivação pela falta de resolução dos problemas da instituição e dos seus profissionais. Um desagrado que se aproxima de "níveis insustentáveis", atingindo pessoal de todas as carreiras e que "afecta" o normal exercício da função de comando.

A carta acrescenta que o impasse que se vive há dois anos na implementação integral do estatuto de pessoal policial, devido "à falta" de nomeações para cargos hierárquicos, "põe em causa" o enquadramento operacional e funcional, assim "como a legalidade" dos actos praticados.

Os oficiais pedem decisões politicas que "façam justiça à função policial", reforçando que a PSP não tem sido mal gerida, sendo a instituição policial com menor despesa e menor número de dirigentes.