Tempo
|

Isilda Pegado critica propostas para “barrigas de aluguer”

12 jan, 2012

Uma gravidez deste género bem sucedida custa em média 50 mil euros, avisa a dirigente da Federação Portuguesa Pela Vida.

Isilda Pegado mostra-se perplexa pelo facto de o PSD se preparar para propor uma lei que legaliza a chamada “maternidade de substituição”.

Numa altura em que o país atravessa uma grave crise financeira, a dirigente da Federação Portuguesa Pela Vida lamenta que se discuta um tema fracturante e extremamente caro.

Isilda Pegado questiona ainda a legitimidade moral do PSD em aprovar uma lei sobre este assunto, uma vez que não constou do seu programa eleitoral.

“É um tema que deixa qualquer pessoa perplexa e que levanta várias questões de bioética. É censurada ao nível mundial. Não conheço na Europa legislações que tenham esta prática de forma tão aberta como os projectos que deram entrada na Assembleia da República. Em relação à maioria, deve-se dizer ainda que este assunto nem sequer constava do programa eleitoral”, contesta. 

Isilda Pegado questiona também o bom senso de avançar com esta legislação “numa altura em que o país atravessa grandes dificuldades e foram pedidos sacrifícios às pessoas”, uma vez que esta prática implica gastos elevadíssimos para o Sistema Nacional de Saúde: “Cada fertilização custa dez mil euros e a taxa de sucesso é inferior a 20%, o que quer dizer que cada gestação bem sucedida custa uma média de 50 mil euros”, aponta.

“Que moralidade assiste à maioria para dizer que não há dinheiro para pagar as seringas aos diabéticos, e outras coisas dessa natureza, e depois propor ao país técnicas com estes custos?”, pergunta a activista pró-vida e ex-deputada.

A chamada maternidade de substituição levanta uma série de questões de bio-ética, por exemplo: “Quem é que é mãe de uma criança, sendo que tem três mães? Aquela que deu os genes, aquela que carregou e aquela que socialmente é tida pela mãe? Quem decide, em casos de má-formação, se é feito ou não aborto? Há um conjunto de questões que é preciso o país debater, não é uma Assembleia que nunca apresentou uma matéria destas ao país que vai agora decidir sobre ela”, considera.