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Secretário de Estado da Saúde diz que “brutal” seria a falência do SNS

31 dez, 2011

Fernando Leal da Costa responde a José Manuel Silva, bastonário dos médicos.

Secretário de Estado da Saúde diz que “brutal” seria a falência do SNS

O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde respondeu ao bastonário da Ordem dos Médicos, que considerou "brutal" o aumento das taxas moderadoras, defendendo que "brutal seria" a falência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"Brutalidade seria o Serviço Nacional de Saúde não ser capaz de fazer aquilo que tão bem tem feito ao longo destes anos. Isso é que seria brutal e a essa brutalidade os portugueses vão ser poupados" disse Fernando Leal da Costa, que falava à Lusa à margem de uma visita ao hospital de São José, para ver como estão a funcionar as urgências e desejar um bom ano ao pessoal.

Ressalvando não ter ouvido as declarações e não ter por hábito comentar as afirmações do bastonário, o secretário de Estado afirmou: "Parece-me que não há brutalidade nenhuma".

Em entrevista à agência Lusa esta semana, o bastonário, José Manuel Silva, considerou que eram suficientes os valores das taxas moderadoras que estavam em vigor, mas reconheceu a necessidade de aumentar "um pouco" as taxas em função da situação do país e da "confrangedora incapacidade" que o Governo tem revelado em resolver os problemas do país.

"Mesmo assim, uma duplicação das taxas é um aumento brutal, não só pelo aumento das taxas, mas porque os cidadãos estão a ser esmagados por todas as vias, com redução dos salários e aumento dos impostos", afirmou.

Questionado pela Lusa sobre o plano de pagamento da dívida a fornecedores, que o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças estão a elaborar e que deveria ser concluído até ao final deste ano, o secretário de Estado admitiu ainda não estar terminado.

"A partir de Janeiro vamos trabalhar no concreto para estabelecer um plano de pagamento e, tão cedo quanto possível, teremos esse plano de pagamento anunciado àqueles a quem temos de pagar", disse o Fernando Leal da Costa, reconhecendo que a situação actual é "difícil para aqueles a quem o Ministério deve".