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OCDE

Fosso entre ricos e pobres em Portugal é o maior dos últimos 30 anos

05 dez, 2011

É um dos países mais desiguais do mundo desenvolvido: os mais ricos têm rendimentos seis vezes superiores aos dos mais pobres.

Fosso entre ricos e pobres em Portugal é o maior dos últimos 30 anos
Portugal continua a ser um dos países mais desiguais do mundo desenvolvido, com um fosso acentuado na distribuição dos rendimentos, e o mais desigual entre as economias europeias, revelou hoje a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). De acordo com o estudo "Divided We Stand: Why Inequality Keeps Rising", o fosso entre ricos e pobres em Portugal atingiu o nível mais elevado dos últimos 30 anos.

Em Portugal, os 20% mais ricos têm rendimentos seis vezes superiores (6,1) aos dos 20% mais pobres, revela a OCDE.

Nos últimos 20 anos, o rendimento dos que menos ganham subiu em Portugal, em média, 3,6% ao ano, acima da subida de 1,1% registada nos rendimentos dos que mais têm. Em média, na OCDE, o fosso entre ricos e pobres é menos acentuado (5,5 vezes).

Ainda em relação a Portugal, o estudo demonstra que se trata de um dos países onde as transferências em dinheiro e em prestação de serviços públicos, como a educação e a saúde, revelam maior capacidade de atenuar o hiato entre os mais pobres e os mais ricos, com reduções superiores a 35%, dez pontos percentuais acima da média do resultado médio das políticas sociais na OCDE. 

O relatório destaca ainda que o rendimento de 10% da população mais rica é agora nove vezes mais alto do que o das pessoas colocadas entre os 10% mais pobres, na generalidade dos países da organização.

Israel, Estados Unidos e Chile ainda são mais desiguais do que Portugal, que está ao nível do Reino Unido nos indicadores da desigualdade, de acordo com comparações tendo por base as variações no coeficiente de Gini (utilizado para medir diferenças de rendimentos).

Nos últimos anos, o fosso entre ricos e pobres também cresceu nos países tradicionalmente mais igualitários, como a Suécia, a Alemanha e a Dinamarca.