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Cavaco Silva volta a apelar a equidade nos sacrifícios

25 nov, 2011 • Paulo Ribeiro Pinto

Presidente da República volta a defender uma intervenção mais activa do BCE na crise da dívida.

Cavaco Silva volta a apelar a equidade nos sacrifícios

Cavaco Silva voltou hoje a falar da necessidade de “equidade” durante este período em que é pedida austeridade aos portugueses. O apelo foi feito numa conferência da COTEC - Associação Empresarial para a Inovação, em Lisboa.

"Esta agenda da coesão social deve merecer uma atenção muito especial, porque ela pode exercer uma influência muito decisiva sobre o crescimento económico", afirmou o chefe de Estado, acrescentando que essa "agenda não pode deixar de incluir, de forma muito clara, a repartição equitativa dos sacrifícios que são exigidos aos portugueses, o apoio aos mais desfavorecidos e carenciados da nossa sociedade”.

Apontando as três agendas que os decisores políticos portugueses têm neste momento de conduzir em simultâneo - a agenda da consolidação orçamental, a agenda da coesão social e a agenda do crescimento económico - Cavaco Silva falou sobre cada um deles, enfatizando a importância da coesão social. Um apelo lançado “em nome da dignidade da pessoa humana e do diálogo frutuoso entre o Governo e o maior partido da oposição, e entre o Governo e os parceiros sociais".

O pedido do Presidente chega numa altura em que no Parlamento se discute, na especialidade, o Orçamento do Estado para o próximo ano.

Quanto à agenda do crescimento económico, que visa a criação de condições para a recuperação da economia portuguesa e combate ao desemprego e que pode ela própria "condicionar a coesão social", o chefe de Estado classificou-a como “decisiva para evitar o ciclo vicioso e recessivo em que austeridade alimenta mais austeridade".

Cavaco Silva falou também do papel Banco Central Europeu. Na sua opinião, o BCE podia ser mais activo, nomeadamente na questão da compra da dívida pública.