Évora e Montemor-o-Novo preparam-se para a “febre do ouro”

São assinados hoje em Lisboa os contratos para exploração experimental de ouro em duas freguesias dos concelhos de Évora e Montemor-o-Novo. O anúncio foi feito na última semana, pelo ministro da Economia, no Parlamento.

Os contratos vão ser assinados entre o Governo e a empresa canadiana Colt Resources.

Nas duas freguesias alentejanas, onde vai ser desenvolvido o projecto, há muito que se fala do ouro, por isso as populações querem ver para crer. E esperam que o investimento possa trazer benefícios para as comunidades.

Proprietário de um café, há cerca de 20 anos António Oliveira serviu refeições aos trabalhadores que já nessa altura efectuavam prospecções na freguesia de N. Sra. da Boa Fé, em Évora.

Mais novo, aos 37 anos, Custódio Mendes diz que sempre ouviu falar de ouro mas nunca viu nada, ainda assim acredita que a freguesia pode vir a beneficiar até ao nível do turismo.

A pouco mais de seis quilómetros, em Santiago do Escoural, no concelho de Montemor-o-Novo, as conversas tem a cor do metal precioso. António Joaquim e João Ricardo, asseguram à Renascença que há ouro, e acreditam que vão haver mudanças positivas, principalmente ao nível do emprego.

Autarcas com boas expectativas
Foi com satisfação que o presidente da Câmara de Évora tomou conhecimento da formalização deste contrato. José Ernesto d’Oliveira espera que se confirmem as boas expectativas e que seja possível, no futuro, criar postos de trabalho.

Já o pároco da freguesia de Nossa Senhora da Boa Fé, Évora, lembra que este é um projecto de avanços e recuos. O Padre Salvador Santos, acredita porém, que a sua concretização pode dinamizar a localidade com pouco mais de 300 habitantes e até retirá-la da lista de freguesias a extinguir.

Também o autarca de Montemor-o-Novo está satisfeito com o avanço deste projecto. De acordo com Carlos Pinto de Sá, perspectivam-se investimentos que devem dar um novo impulso à economia do concelho.