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Segurança Social fica sem dinheiro para pagar pensões em 2030

18 out, 2011 • Dora Pires

Fraco desempenho económico, envelhecimento da população e saída de mão-de-obra activa de Portugal são as principais razões para a falta de verbas.

A Segurança Social pode ficar sem dinheiro para pagar pensões dentro de 18 anos. É uma previsão oficial do Governo que está no novo relatório sobre a sustentabilidade da Segurança Social e que deita contas ao rumo do país até 2050 (o texto pode ser consultado na íntegra AQUI a partir da página 237).

A partir de 2030, será então preciso recorrer ao fundo de estabilização financeira, que, por seu lado, e para pagar pensões até 2050, tem de ter verbas equivalentes a 2,5% do PIB. É importante sublinhar que, nos últimos anos, as contribuições para este fundo foram suspensas por causa da crise.

Este cenário de falta de verbas ocorre porque se agravam as previsões sobre a evolução da população residente em Portugal. Seremos muito menos em 2050 - apenas dez milhões e meio de pessoas, menos um milhão do que se previa no ano passado -, isto porque muita gente vai deixar o país.

Por esta via, diminui a população em idade activa, que em 2050 deve cair para seis milhões de pessoas - menos um milhão do que actualmente. Por contraponto natural, aumenta o número de idosos e sobretudo o número de idosos em dependência. Com menos activos a contribuir, o valor das pensões de velhice, em particular, vai cair a partir de 2040.

Crescimento sempre abaixo de 2012
O relatório, que faz as contas partindo de 2012, prevê também que o crescimento do PIB fique sempre abaixo do 2% e que o desemprego se mantenha acima do 10% nas próximas décadas.

O emprego deve manter-se estagnado até 2015, mas, a partir de 2031, prevê-se novo agravamento. Até 2025, diz o relatório, a taxa de desemprego no país deve manter-se acima dos 10% e os salários serão cada vez mais baixos.

Para não destoar, o crescimento da riqueza produzida no país desde hoje até 2050 nunca deve chegar sequer aos 2%.

O relatório também estima que a esperança média de vida continue a aumentar. Mais pobres e mais velhos, os portugueses vão viver mais tempo.