A Segurança Social pode ficar sem dinheiro para pagar pensões dentro de 18 anos. É uma previsão oficial do Governo que está no novo relatório sobre a sustentabilidade da Segurança Social e que deita contas ao rumo do país até 2050 (o texto pode ser consultado na íntegra
AQUI a partir da página 237).
A partir de 2030, será então preciso recorrer ao fundo de estabilização financeira, que, por seu lado, e para pagar pensões até 2050, tem de ter verbas equivalentes a 2,5% do PIB. É importante sublinhar que, nos últimos anos, as contribuições para este fundo foram suspensas por causa da crise.
Este cenário de falta de verbas ocorre porque se agravam as previsões sobre a evolução da população residente em Portugal. Seremos muito menos em 2050 - apenas dez milhões e meio de pessoas, menos um milhão do que se previa no ano passado -, isto porque muita gente vai deixar o país.
Por esta via, diminui a população em idade activa, que em 2050 deve cair para seis milhões de pessoas - menos um milhão do que actualmente. Por contraponto natural, aumenta o número de idosos e sobretudo o número de idosos em dependência. Com menos activos a contribuir, o valor das pensões de velhice, em particular, vai cair a partir de 2040.
Crescimento sempre abaixo de 2012O relatório, que faz as contas partindo de 2012, prevê também que o crescimento do PIB fique sempre abaixo do 2% e que o desemprego se mantenha acima do 10% nas próximas décadas.
O emprego deve manter-se estagnado até 2015, mas, a partir de 2031, prevê-se novo agravamento. Até 2025, diz o relatório, a taxa de desemprego no país deve manter-se acima dos 10% e os salários serão cada vez mais baixos.
Para não destoar, o crescimento da riqueza produzida no país desde hoje até 2050 nunca deve chegar sequer aos 2%.
O relatório também estima que a esperança média de vida continue a aumentar. Mais pobres e mais velhos, os portugueses vão viver mais tempo.