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GNR

Novo comandante-geral quer avaliar resultados da reforma na GNR

14 jan, 2011

“Estamos sempre disponíveis para fazer essas avaliações”, garante o ministro da Administração Interna.

Novo comandante-geral quer avaliar resultados da reforma na GNR

Está na hora de avaliar a reforma que o Governo implementou  na GNR, declarou hoje o novo comandante-geral daquela força de segurança, no discurso de tomada de posse.

Perante o primeiro-ministro e os ministros da Administração Interna e da Defesa, o Tenente General Newton Parreira anunciou que irá apresentar propostas de alteração.

“Decorridos dois anos sobre a implementação das alterações  estrutura orgânica da Guarda, deverá proceder-se a uma avaliação de resultados, com base em critérios objectivos, e daí retirar conclusões sólidas para proposta de introdução de ajustamentos e das correcções que se mostrem adequadas”, afirmou Newton Parreira.

O ministro da Administração Interna acolhe esta intenção com aparente naturalidade. Rui Pereira diz que é normal que se faça um ponto de situação a uma reforma que foi profunda.

“Estamos sempre disponíveis para fazer essas avaliações”, garante o ministro da Administração Interna.

Agora que está empossado o novo Comandante Geral, começam a arrumar-se as restantes peças no topo da hierarquia da GNR.

Confirmada, para já, está a escolha do Major General Samuel Mota  para ser o 2º comandante da Guarda, ele que até aqui comandava a administração e recursos internos.

Para a próxima segunda-feira está, entretanto, marcada uma cerimónia interna, onde o novo Comandante Geral irá discursar para representantes de todo o dispositivo da GNR. Na Escola da Guarda em Queluz, numa cerimónia fechada ao exterior, entre oficiais generais e forças em parada, para ouvir Newton Parreira deverão estar cerca de 500 militares.

Expectativas positivas das associações

Novo comandante da GNR bem recebido pelas quatro associações da Guarda. Dos oficiais aos praças, o efectivo manifesta esperança em relação ao mandato de Newton Parreira, hoje empossado.

As quatro associações consideram que o novo comandante conhece bem os problemas da Guarda e tem um perfil operacional que promete dar outra visibilidade à GNR , mas alertam: não será um mandato de fácil gestão.

Os oficiais são, como sempre, os mais moderados, os mais ponderados nas afirmações que fazem sobre o comandante-geral.

José Marques Dias, Major e presidente da Associação dos Oficiais, lembra que, por força da crise, este nunca será um mandato fácil de gerir, mas deposita esperanças no conhecimento que Newton Parreira tem da GNR.

Era até agora Inspector-geral, o nº 4 da hierarquia, função que lhe dá uma visão única da instituição, sublinha.

A maior Associação da GNR, considera que Newton Parreira tem muito trabalho pela frente. José Manageiro, o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, destaca as desigualdades salariais dentro da própria força e a cada vez maior desertificação do efectivo, que diz estar desequilibrado e pouco eficaz.

Tranquilidade para trabalhar é o que os sargentos da GNR desejam ao novo comandante. Jose O’Neil,  presidente da associação que os representa, sublinha que 2011 vai ser um ano socialmente complicado e, se isso provocar instabilidade, as forças de segurança vão precisar de paz.

Entre vários problemas que identifica, a Associação Socioprofissional dos Profissionais da Guarda (ASPIG) destaca um erro político que foi a extinção da Brigada de Trânsito, cometido na alteração da lei orgânica de 2008.

José Alho espera que Newton Parreira corrija esse erro, e volte a dar à GNR uma verdadeira capacidade para fiscalizar o trânsito em Portugal.