03 out, 2011
O anúncio de eventuais tumultos em Portugal pode levar efectivamente à violência. É a convicção do presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, José Manuel Anes.
Ontem, o “Diário de Notícias” revelava, citando documentos internos da Polícia Segurança Pública (PSP), que a PSP e o Serviço de Informações de Segurança (SIS) estão no terreno por temerem que a contestação social degenere em violência.
No mês passado, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho alertava que não vai ser tolerada qualquer manifestação violenta. “Há direito à manifestação. Há direito à greve. Nós não confundiremos o direito ao exercício dessas liberdades com aqueles que pensam que podem incendiar as ruas e ajudar a queimar Portugal”, alertou.
À Renascença, José Manuel Anes pede serenidade nas declarações e nas análises. O presidente do Observatório de Segurança diz que a publicação deste tipo de análise é contraproducente.
“É muito mau estarmos a anunciar constantemente que vai haver muita violência no país. Por outro lado, considero que há uma possibilidade muito reduzida de acontecerem motins como, por exemplo, na Grécia. Uma coisa é anúncios públicos e declarações - naturalmente que os serviços de informações, quer da PSP quer da GNR, quer da PJ, há-de ter alguma acepção preventiva. Mas nas grandes manifestações, organizadas por centrais sindicais, não tenho receio de modo algum”, afirmou José Manuel Anes.
É a opinião do presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, que não teme um aumento da violência em Portugal.