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Associação da GNR acusa Governo de ceder "aos generais"

27 ago, 2015

Com estatuto congelado, militares da Guarda Nacional Republicana vai realizar uma manifestação durante a campanha para as legislativas de 4 de Outubro.

O presidente da Associação Socio-Profissional Independente da Guarda Nacional Republicana (ASPIG), mostra-se desapontado com a não aprovação do novo estatuto da GNR e anuncia uma manifestação em plena campanha eleitoral.

Em declarações à Renascença, José Alho acusa a ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, de ceder às altas patentes das Forças Armadas e manifesta “decepção total em relação à classe política”.

“Tantas, mas tantas reuniões com a senhora ministra, reuniões duras, muito difíceis e depois chegarmos à conclusão de assinar, pelo meu próprio punho, um documento imprescindível e moderno, sinto-me triste, não acreditando jamais daqui para a frente numa classe política que sofrer pressões, segundo dizem, da parte dos senhores oficiais, generais”, refere o dirigente da ASPIG.

José Alho considera “muito triste” que os partidos políticos e os Governos em que os portugueses votam “não decidam por si próprios e sofram pressões do exterior”.

O presidente da ASPPIG estranha que o documento fique congelado, porque a ministra lhe tinha garantido que “o estatuto ia ser aprovado em Conselho de Ministros, de certeza absoluta”.

Anabela Rodrigues declarou esta quinta-feira, no final da reunião do Governo, que "o processo legislativo, neste momento, não tem condições para ficar concluído". 

Indignado com esta posição da ministra da Administração Interna, o presidente da ASPIG anuncia um protesto antes das eleições legislativas de 4 de Outubro.

“Decidimos avançar com uma manifestação maciça na altura exacta e no momento certo da campanha eleitoral para denunciar isto publicamente”, disse José Alho.