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INEM. Novos monitores são "desadequados" e já começaram a "falhar"

27 ago, 2015

Equipamentos de sinais vitais aguardados há mais de um ano não são adequados a ambulâncias, queixa-se o Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência. “As coisas têm de estar a funcionar!”, exige sindicalista.

INEM. Novos monitores são "desadequados" e já começaram a "falhar"
Vibrações, solavancos, água e pó são dificuldades para que o material colocado nas ambulâncias tem de estar preparado, mas tal não acontece com os novos monitores de sinais vitais que estão a ser colocados nas viaturas, afirma o Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE).

“Ficaram a olhar para aquilo e o próprio manual diz que é um monitor hospitalar. O próprio manual diz que aquilo é um monitor para ambiente hospitalar, não é ambiente de rua”, queixa-se o sindicalista Ricardo Rocha.

Os equipamentos hospitalares são para os hospitais: têm que ser fixados à parede, não podem sofrer vibrações, não podem apanhar pó ou água, “o que é incompatível com a actividade de uma ambulância de emergência”, explica à Renascença.

O concurso de compra dos equipamentos foi lançado em 2013. No ano passado, os técnicos foram informados de que os monitores escolhidos não serviam e tinham de ser devolvidos. Agora, estão a ser colocados os mesmos, ou outros, mas que também não servem e já começaram a dar problemas.

“Se estamos com um monitor que, de um momento para o outro, vai falhar, quem é que vai sofrer? É a vítima”, sublinha Ricardo Rocha.

“As coisas têm de estar a funcionar. Podem dizer-me: os outros [pré-hospitalares] falham. Muito raramente”, contesta, sublinhando que o sindicato não está a pedir o mesmo monitor “de topo” utilizado nas VMERs [viaturas médicas de emergência e reanimação], mas um das soluções que existem no mercado, “que são adequadas e não vão falhar. Um monitor que entra ao serviço e passados dois dias começa a avariar não é normal!”

Os técnicos do INEM garantem ainda que estes monitores são essenciais, pois salvam vidas ao reduzirem o tempo de socorro à vítima.

A Renascença já contactou o INEM, mas ainda não conseguiu um esclarecimento. À agência Lusa, o INEM afirma que os monitores novos com que está a equipar as ambulâncias foram encomendados com especificações feitas pelo anterior Conselho Directivo do INEM, tendo sido dado ao sindicato a conhecer todas as especificidades do material. Não respondeu, contudo, se os monitores são hospitalares, não podendo estar sujeitos a vibrações e a outras condicionantes próprias de trabalho em viatura de emergência, como acusa o STAE.

Em comunicado, o INEM reafirma a capacidade e a qualidade destes monitores para realizar electrocardiograma de 12 derivações e transmissão de dados. O instituto de emergência médica salienta que não é muito habitual executar estes exames em ambiente exterior e que são muito poucas as opções no mercado, mas garante que o seu uso nas viaturas de emergência vai permitir uma melhora no atendimento à população.

[notícia actualizada às 13h30]