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Está a pensar comprar casa? Saiba que os preços vão continuar a subir

26 ago, 2015 • André Rodrigues

Sector imobiliário dá sinais de recuperação, mas teme subida abrupta de preços. O volume de vendas aumentou nos primeiros seis meses do ano. Maior procura e facilidades no crédito à habitação justificam a tendência.

Está a pensar comprar casa? Saiba que os preços vão continuar a subir
A recuperação é lenta mas já se começa a sentir. Após quase meia década de paralisação, o sector imobiliário parece agora dar passos firmes no sentido da retoma.

“Nos primeiros seis meses do ano houve mais transacções do que aquelas que prevejo para este ano”, diz à Renascença Luís Lima, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), antecipando uma subida do volume de vendas da ordem dos 25% durante o ano de 2015.

Uma tendência que conjuga um aumento da procura de casa própria com uma maior abertura dos bancos para conceder crédito. Mas os empréstimos à habitação não vão além dos 80% do valor do imóvel, “e isso é positivo porque não podemos repetir os erros do passado”, alerta.

Significa isto que quem hoje está a comprar casa tem mais rendimento disponível para o fazer. “Estamos a falar de consumidores com mais rendimentos, mais informados e mais exigentes”.

Uma reconfiguração do mercado que acompanha a tendência do futuro próximo: o preço das casas vai subir de forma mais generalizada mas o movimento ascendente já se sente, sobretudo nas grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

“Isto foi impulsionado não tanto pelo mercado interno, mas pela procura externa. Espero é que os preços não subam muito”. Luís Lima explica que “nunca houve uma situação de bolha imobiliária por causa da descida dos preços”, contudo alerta que “podemos ter problemas se houver uma subida muito abrupta”.
Um receio que é minimizado do lado da construção.

Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), acredita numa subida equilibrada. “O nosso imobiliário vai estabilizar até atingir os valores que tinha”. O sector assistiu a uma quebra progressiva do valor das casas entre 2011 e 2013, “por isso nós vamos recuperar novamente”, mas não de forma brusca.

Este responsável acredita até “que os nossos preços vão ser competitivos em relação aos que são praticados na Europa”.

O equilíbrio está entre a oferta e a procura. O presidente da APEMIP defende “uma aposta na reabilitação do que já existe conjugada com alguma construção nova”.

Reis Campos garante que o sector está pronto para responder, porque “a procura, os preços e a evolução da conjuntura europeia estão a contribuir para que o sector da construção esteja a inverter o ciclo negativo dos últimos cinco anos”.