13 ago, 2015
O Governo quer obrigar os revendedores a devolverem aos consumidores o valor do gás que fica no fundo das botijas.
Um recente estudo da DECO alertava para o facto de que cerca de "300 gramas numa botija são sempre devolvidos à marca, apesar de terem sido pagos pelos clientes".
Em Conselho de Ministros, o Executivo aprovou esta medida que implica a pesagem das garrafas de gás no acto da devolução.
No entanto, a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) diz que não é exequível a medida que pretende obrigar a pesar as garrafas no acto de venda aos consumidores e posterior devolução.
José Reis, vice-presidente da associação de revendedores, considera a decisão do Conselho de Ministros eleitoralista e vinda de quem não conhece o sector.
“Esta é uma medida eleitoralista na medida em que não é exequível. Não passa pela cabeça de ninguém andarmos a pesar as garrafas tanto na compra como na venda. Temos de ter as balanças aferidas, quem vai pagar esse custo? E como é possível transportar garrafas para um revendedor. O revendedor também tem de ter balança? É lamentável que agora é que venham dizer que o gás vai ser vendido ao quilo. Como era vendido antes? Ao metro? Isto é uma medida que só pessoas que não têm qualquer conhecimento do negócio é que podem estar a dizer uma barbaridade destas”.
José Reis afirma que a ANAREC vai ficar na expectativa para perceber de que forma será aplicada a medida aprovada esta quinta-feira pelo Governo.
“A ANAREC vai-se limitar a tentar cumprir e a ajudar que os nossos associados cumpram a legislação. No entanto, se for possível cumpri-la. Se não for possível terá de se fazer alguma coisa nesse sentido. Para já vamos aguardar”, acrescenta José Reis.
A regulamentação da legislação ficará agora a cargo da Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis.